Hoje que sou mãe eu sinto na pele a diferença entre criar e educar, e confesso que nem de longe eu poderia imaginar que educar bem uma criança fosse uma tarefa tão árdua –
pensei que fosse coisinha básica, que a gente tira de letra, mas não é.
Não é a toa que cada dia mais eu vejo crianças mau educadas, que conseguem tudo que querem na base do grito, esperneando e até batendo nos pais.
É muito mais fácil ceder aos caprichos de uma criança quando ela faz birra e vê-la quieta duma vez, do que repreender e dizer que não, que não pode e o pq de não poder.
Confesso que muitas vezes a possibilidade de sucumbir ás birras de dona Yasmin me parece a saída mais fácil, mas dificilmente me deixo levar, pq sei que lá na frente colherei bons frutos em ter uma filha educada e que sabe me obedecer quando eu digo não.
Dizer é fácil, difícil mesmo é ter postura e sustentar esse não, pq ele não valerá de nada se após instantes ele virar um sim.
Minha filha é uma criança curiosa, exploradora, mas acima de qualquer coisa ela é tinhosa, é birrenta, é brava.
É doce sim, é uma criança sorridente, uma menininha muito feliz, mas aiii se as coisas não forem do jeito dela.
Ela quer fazer tudo, e quando é repreendida pasmem, grita comigo, mas grita mesmo e me enfrenta, vendo até onde vai minha autoridade.
Quando vê que não vou ceder, dá risadinhas pra ver se me ganha, e se mesmo assim não me rendo, aí ela ri debochando.
Ela é debochada, e fico pasma como um ser tão novinho pode ter características tão fortes, uma personalidade tão definida.
Mas como já disse, o mais difícil é sustentar o não.
O sangue me ferve quando vejo ela fazendo birra sem motivo, e nesses momentos vou no banheiro, lavo o rosto, respiro fundo e volto –
e ela continua coma birra.
Não quero entrar no mérito da questão palmada, até pq minha opinião é controversa ao que a maioria acredita, mas já dei palmadinhas nas mãos dela e de nada adiantou, porém, muitas vezes que ela fez
e faz birra eu penso “
ah baixinha, se vc fosse maior ia te dar umas palmadas pra você chorar com motivo!”, podem me julgar, mas não tem o pq eu mentir no meu próprio espaço dizendo não pensar coisas que penso, porém, daí a ter coragem são outros quinhentos, e pelo que conheço da minha filha, palmada é capaz de não funcionar.
Mas sobre o que eu tava falando, mesmo?
Em contrapartida eu criei esse e outros 400 blogs que eu tive pra dividir experiências, compartilhar e aprender com mães de carne e osso como eu.
Eu tive blog diário –
isso em 2005 – blog de noiva, blog de bebê –
quando engravidei a primeira vez – blog de tentante, blog de mãe, blog de dieta ... e o mais legal de todos eles era sentar e ler páaaaaaaaaginas e páginas escritas por alguém que passava as mesmas coisas que eu, me identificar com histórias que pareciam com a minha, saber que em algum lugar dessa galáxia alguém me entenderia.
Bons tempos esses.
Hoje em dia, são poucos os blogs reais, blogs de mães que falam verdadeiramente com o coração, que relatam suas experiências como mães reais e não mães super perfeitas que se enquadram no padrão pré estabelecido de maternidade moderna.
O legal é seguir aquele blog pop, que tem quatro milhões de seguidores, anúncios por todos os lados, sorteios dos mais diversos, e que o foco na maternidade mesmo é zero, o blog mais parece uma revista virtual do que um blog real.
Aí eu sento pra procurar, ler, saber se alguém em alguma galáxia passa pelo mesmo que eu, e me entristeço em ver que a blogsfera mudou tanto, que ao invés de compartilhar experiências, as pessoas estão interessadas em ter seguidores as pencas, divulgar sorteios, e o foco inicial já era.
Não to generalizando, mas muitas blogueiras estão vendidas a isso, e sabe, desanima.
Desanima saber que eu sei que existem mães como eu, que perdem a linha vez ou outra e falam mais grosso com o filho, que já estão de saco cheio de fazer papinha, que não agüentam mais serem cobradas das mais diversas formas, e que essas mães se escondem, pq muitas vezes não se encaixam no padrão de mãe estrela que hoje é cobrado, e aí se sentem acuadas para escrever.
Acho que quando criamos um blog a idéia é falar sobre um assunto que temos experiência, ou estamos aprendendo diariamente, falar sobre o que se sente, acho que o coração de um blog é a troca de experiências, e hoje em dia troca-se de tudo, menos experiência, porque são poucas que querem contar as experiências que tem.
Aí, embalada nesses pensamentos fiz uma faxina no meu blogroll (
acho essa palavra tão chique), o que eu quero na blogsfera é encontrar pessoas verdadeiras, que se sentem como eu me sinto, e não que ficam divulgando sorteios (
que são muito legais de vez em quando, e eu participo), não quero seguir um blog só pra ganhar o prêmio, eu quero conversar com gente como eu, que quase não tem contato social com o mundo pq está a disposição do filho o tempo todo, e encontra na internet uma válvula de escape.
Peço desculpas se você não está mais na listinha ao lado, mas espero que entenda que o intuito do meu blog é esse, e eu não me importo em ter 1 seguidor ou 1 milhão –
até pq eu nunca achei que leriam o que escrevo.
E um adendo, pode acontecer de você não estar na listinha, mas estar nos meus favoritos. Eu retribuo visitas mas infelizmente não comento.
E não comento por falta de tempo, aliás, não sei como fiz um post tão grande.
Mas pouco a pouco vou colocando os blogs na lista e tudo vai entrar nos conformes, a coisa aqui é lenta –
eu sou lenta mesmo – e a Yasmin exige demais de mim, e entre me dedicar a um espaço virtual e minha filha, eu prefiro ficar com ela.
Então é isso, se chegou aqui, parabéns mesmo.
Não tenho a intenção de fechar o blog, mas estou desanimada de verdade, e é por isso que as postagens diminuíram tanto!
Beijos