Sexta feira santa, feriado, dia de ficar em casa morcegando e eu inventei de ir no shopping comprar umas coisas "super necessárias", tudo muito bom e indo muito bem até que fiquei com desejinho de comer sanduíche do Subway.
Que mau poderia me fazer um lanchinho inofensivo daquele? Eu achava que nenhum.
Nunca tinha comido lá, aliás, é muito difícil eu comer no shopping, mas né, a televisão bombardeia a gente a todo momento com comerciais de comidas lindas, pq não tentar?
E lá fui eu, pão com queijo de 15cm, uma carne, alface, tomate, queijo prato, azeitona, picles, molho picante e tomate seco, tudo que eu amo num pão, era bom demais pra ser verdade.
Shopping lotado, grávida faminta, nenhum lugar pra sentar, pedi pra embrulharem pra viagem que eu comeria em casa que é mais sossegado.
Chego em casa salivando, corto o lanche ao meio (agora me diz, pra que um lanche daquele tamanho?) e começo a comer.
Uma palavra define: DELICIOSO!
Comi minha metade, me satisfiz, grávida saciada, filha dormindo, vou tirar uma sonequinha.
Cheguei na minha cama e falei pro marido "Pablo do céu, não me chama pra nada que eu tô imprestável o lanche é pesado e eu tô passando mal!".
Deitei.
5 minutos depois
- Pablo, minha barriga tá doendo MUITO!
Continuei deitada, parecia que estavam dando um nó nas minhas tripas, como aquilo doía, era tanta dor que eu nem conseguia me virar, a dor começava na altura do esôfago e irradiava pra barriga toda, doía tanto que eu vomitei de dor!
Eu suava frio, tremia, e simultaneamente o Marshmallow parou de se mexer. Minha sirene vermelha interna começou a berrar e girar (tipo carro de polícia com a sirene ligada em perseguição).
Fomos até a maternidade.
Toda descabelada, de chinelinho, branca igual uma vela, com uma toalhinha na mão (pq vai que desse vontade de vomitar de novo, onde que eu ia me limpar?), se o Pablo não tivesse pego minha bolsa nem meus documentos eu teria levado, de tão desesperada que eu estava por conta da dor, ela era cíclica, vinha, tinha seu pico de intensidade, diminuía, sumia e depois voltava mais forte ainda, não dava nem pra pensar em andar pra frente, que dirá levar carteirinha de pré natal ou coisa assim.
Chegamos, minha preocupação não era comigo, era com o bebê que não se mexia desde a hora que as dores começaram, aí passa zilhões de bestagens na cabeça da gente, meu medo era que alguma coisa no forninho estivesse errada, mas assim que o médico encostou aquele microfoninho na minha barriga lá estava o coração batendo direitinho.
Como a dor era no abdômen todo, e isso em gestante pode significar uma centena de coisas, o médico pediu uma ultrassom obstétrica só pra ter certeza que não era nada com o bebê (placenta prévia, ausência de líquido, ou qualquer problema desses).
Na espera o Pablo ainda disse "Nossa, será que seria pedir demais pra quem for fazer a ultra dar uma espiadinha no sexo?".
Dei risada, naquela altura do campeonato, eu tava pra degolar um e ele falando do sexo (tadinho do marido que aguenta meu mau humor).
A médica que fez a ultra foi a mais gentil de todas as ultras que fiz na vida, e quando dissemos que não sabia o sexo foi tentar caçar, afinal, 32 semanas já estava na hora de mostrar os documentos.
Juro, ainda bem que não criei expectativas, bebê cefálico, gordinho, fofinho e discreto!
Não deu pra ver o que é, é a quarta ultrassom que faço e ele simplesmente não deixa, quer surpresa, vamos saber só na hora do parto mesmo.
Confesso que não me frustrei, dei risada, falei que já esperava isso pq nunca vi criança tão determinada!
Pra encurtar um pouco esse drama mexicano, fiquei tomando soro na veia, ranitidina, plasil e buscopan.
Saí de lá groguinha de tudo, trançando as pernas de sono, mas o que importa é que fiquei boa de verdade, e olha, nunca mais que como sanduíche nenhum no Subway, pode ter sido um caso isolado, mas traumatizei, e ao chegar em casa a outra metade cheirosa, com ingredientes deliciosos que eu adoro, foi pro lixo!
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