25 de março de 2012

A maternidade me decepcionou

Há algum tempo uma conhecida me disse exatamente isso “A maternidade me decepcionou, ser mãe não é tudo que eu esperava!”.
Eu fiz aquela cara básica de alface e não falei nada, pois as circunstâncias que ela teve a filha foram bem diferentes das que eu tive a minha.

Isso ficou martelando na minha cabeça por dias, afinal, a filha dela é saudável, inteligente, esperta, comunicativa, em que mundo que isso decepciona alguém?

Sinceramente eu não sei o que ela esperava da maternidade, ou o que muitas pessoas esperam, aliás, nem eu sei o que esperava da maternidade.
Posso ter sido surpreendida de muitas maneiras, mas certamente a decepção não faz parte de nenhuma delas.

A cada sorriso da Yasmin pra mim, a cada dia que vejo seu desenvolvimento perfeito, cada vez que ela faz “hmmm” pra comida, a cada pose pra fotos eu fico inflada de felicidade em ter uma menininha tão especial comigo, em ter a honra de ser sua mãe.

Ser mãe é trabalhoso, ser mãe requer paciência, requer sabedoria e um jogo de cintura que muitas vezes a gente nem sabe que tem.
Ser mãe é difícil, educar é difícil.
Ser mãe de verdade dá trabalho, dar bons exemplos e dizer não na hora certa não é tão fácil como as pessoas imaginam, mas de modo nenhum é decepcionante.

Pode ser decepcionante quando você engravida pra segurar aquele namorado, noivo, ficante, rolo e afins, e o cara dá no pé, e aí você passa sua frustração pra criança, e diz que a maternidade te decepcionou. Não colega, foi você que pisou na bola e quis usar uma terceira pessoa para o seu bel interesse.

Discordo quando alguém diz que se decepcionou com isso, aquilo ou com a maternidade.
A gente não se decepciona com determinada coisa, a gente se decepciona com a nossa atitude frente aquilo. As vezes não somos tão fortes como imaginamos, as vezes fazemos projeções demais pra algo e nos decepcionamos quando aquilo não supera as expectativas ... mas a maternidade?

A maternidade não transforma ninguém em outra pessoa, vejo em alguns relatos que as pessoas acreditam que se transformarão em outras após o nascimento do filho, sei não viu.
Eu continuo a mesma Julia, só que agora com um motivo a mais pra me tornar alguém melhor, com mais responsabilidade, com o coração na mão o tempo todo.
Não me tornei outra pessoa após o nascimento da Yasmin, pelo contrário, continuo com as mesmas convicções, com os mesmos pensamentos.

A maternidade é uma experiência incrível. É mágico olhar pro berço e ver que alguém tão pequeno e perfeito estava dentro de você, e agora precisa de você pra tudo. É incrível ver esse desenvolvimento , e é impossível não se emocionar com muita coisa que acontece nesse percurso.
A maternidade exige entrega, entrega total, não só de corpo, mas de alma também.

Desconfio que as mulheres que não se entregam totalmente, ou que esperam algo em troca (como um pedido de casamento, noivado ou algo do tipo) se decepcionem, não com a maternidade, mas com a situação que ela mesma provocou, que ela mesma projetou e que não aconteceu.

A maternidade me trouxe uma diversidade de sentimentos que eu só provei com intensidade no decorrer dessa caminhada, mas afirmo de olhos fechados, sem pensar duas vezes, que decepção ou frustração não faz parte dela.

Por isso, se você pensa em ter um filho por um motivo diferente de apenas ter um filho, um motivo egoísta, um meio para alcançar o fim, eu acredito que você vai se decepcionar sim.
Filho não é garantia de felicidade ou sucesso. Filhos são crianças que independente de qualquer motivo, precisam de amor, carinho, atenção e tempo.
Se o mundo está de bruços hoje em dia, acredito que o motivo seja esse, usar os filhos para alcançar alguma coisa e não pensar lá na frente o impacto que isso terá na vida da criança.
Pra você ser mãe você tem que abdicar de algumas coisas, e egoísmo não combina com a maternidade.

Beijos

Ju

2 de março de 2012

Papo de mãe: Alimentação

Dia desses, lendo os blogs que sigo, me deparei com o post da Than, falando sobre alimentação, e achei que seria uma coisa interessante abordar aqui, d aminha maneira, já que não costumo falar muito de como é nosso dia dia.

Antes de mais nada, eu sou uma mãe sossegada, veja bem, sossegada e não relaxada, não sou proibitiva, mas limito o acesso da Yasmin a certos tipos de alimentos como danones, chocolates, doces, salgadinhos, e toda essa sorte de coisas que são uma tremenda porcaria mas a gente gosta.
Não sou proibitiva, mas tenho que restringir, dei a sorte de ter uma filha que come de tudo, ou seja, pra ela, qualquer negócio é negócio.
Poucas vezes ela torceu o nariz para a refeição que eu havia preparado, e mesmo se torce come, faz uma carinha de “não tá tão gostoso mas vou mandar pra dentro”.
Evito frituras, não gosto que ela coma gordura, mas confesso que já aconteceu sim, de na pressa fritar um hamburguer (sem óleo, tá?) e dar com arroz e feijão, enfim, coisas do dia dia.
Ela come, ela faz “hmmm” e ela não tá nem aí pra nada, o negócio é barriguinha cheia.
Tenho orgulho de dizer que minha princesa come manga, mamão, toma suco de uva, come goiaba, come brócolis, come couve-flor, come saladinha de batata, mas que também já provou sim refrigerante, já comeu pedaços de coxinha, já tomou sorvete de massa, e a-do-ra miojo de quatro queijos.
O que eu quero dizer com essa lenga lenga toda é que ela come o que tem, e quer comer o que estamos comendo, e que temos que nos policiar pra não dar bobagens pra ela, pq ela come sim, e nós não somos o melhor exemplo de alimentação.
Pablo gosta de lasanha de caixinha (eu odeio) e quando ela vê, quer comer também, eu gosto de miojo, e ela quer, afinal, é tudo novidade, é um mundo de sabor a ser descoberto, um mundo onde quem é adulto já formou o próprio paladar, mas ela que é criança quer experimentar de tudo um pouco mesmo.
Talvez isso dela querer comer um pouquinho de cada do que nós comemos se dê ao fato dela comer conosco.
Coloco o cadeirão dela próximo a minha cadeira, faço o prato dela e conforme como do meu, dou o dela, não admito que ela coma separada de nós, ela é membro da família, e uma família faz as refeições juntos, e outra coisa, hora de comer é hora de comer, sem brincadeiras e sem gracinhas, se ela não quer comer eu respeito, mas irá mamar somente na hora do mamá, não costumo substituir a refeição por leite.
Como já disse, lugar de comer é na mesa, e eu não admito ficar atrás dela com o prato na mão implorando pra que ela coma.
Certa vez vi uma mulher que mora na rua de casa, com o prato na mão, alimentando o menino que não parava de brincar na calçada, não admito isso, ou ela come conosco na mesa ou nada feito.
Mas aí tem aquele lance de restrição a certos alimentos que os pais tem, e aqui em casa a coisa não vai pra frente com fígado.
Eu odeio fígado, Pablo idem, e minha mãe (oi mãe!) adora e vive falando que eu tenho que dar fígado pra ela.
Pra quem gosta de fígado isso vai soar como frescura, mas eu não gosto nem do cheiro daquilo fritando, quando solteira, se minha mãe estava fritando fígado eu saía de casa, pq o cheiro me embrulhava o estômago.
Aí, que segundo minha mãe ela precisava comer fígado, e num domingo fez fígado e deu pra Yasmin, vocês acham que ela comeu?
Ela detonou, mandou pra dentro dando risada, e eu fiquei com a consciência pesada, pq mesmo ela tendo adorado, desculpa filha, mas eu não vou fazer, capaz de desmaiar na frente do fogão por conta do cheiro ruim.
Mas aí uma coisa aconteceu.
Mimi nunca foi de vomitar comida, e eu não coloco ela pra dormir depois de comer, e passadas duas horas depois do almoço ela dormiu, e sabem o que aconteceu? Ela vomitou dormindo toooooooodo aquele fígado picadinho que de tão picadinho, pequenininho e triturado parecia carne moída.
Comentários a parte sobre o perigo de vomitar dormindo, isso poderia ter acontecido com qualquer comida, mas foi acontecer justo com a coisa que eu mais detesto na vida, o raio do fígado.
Pesei os prós e contras em não cozinhar pra ela coisas que não gosto, e de verdade, vou continuar assim.
Ela tem uma alimentação extremamente rica, come de tudo, e não vai ser o fígado que vai mudar alguma coisa na vida dela.
Se por recomendação médica ela precisar comer fígado, aí eu me esforço a não ficar branca igual um giz na frente do fogão enquanto ele frita, e dou, mas caso contrário, permaneço como está.
Pode parecer egoísmo, e de certa forma é sim, mas ela come tão bem de tudo que eu não vejo necessidade de acrescentar na alimentação dela algo que eu não gosto, seguimos assim, se precisar mudar eu me esforço, mas por hora é o que temos pra hoje.
E só um detalhe, meu único problema é com fígado tá, de resto como tudo, menos fígado e carne de porco!

Beijos

Ju – a mãe egoísta
 

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