26 de maio de 2013

Filha, sobre o seu nascimento

Carol, esse post é pra você filha, pra que no futuro você saiba como foi o dia do seu nascimento.




Dizem que a maioria das mulheres passa a vida toda procurando um verdadeiro amor, aquele que completa, que preenche, que inunda, que a faz sorrir à toa, que a motiva se a levantar todas as manhãs e buscar sempre ser alguém melhor. Não sei te dizer se toda mulher consegue sentir a felicidade que eu sinto, mas me sinto completa e realizada, pq ao invés de um único amor eu tenho três, exatamente dessa maneira que eu descrevi, amores verdadeiros, que me preenchem e me motivam, seu pai, sua irmã e você.

Quando eu achei que não poderia mais sentir o amor com a mesma intensidade você chegou com tanta delicadeza, tão pequena e indefesa, fazendo cair todas as minhas barreiras e me render a esse amor infinito novamente, não que eu não a amasse enquanto éramos apenas uma, mas tê-la nos braços, segurar suas mãozinhas ... ah, não existem palavras que descrevam como esse amor pode ser tão grande que chega a doer, mas vamos aos fatos.

Antes de mais nada quero que você saiba que eu sempre quis o melhor pra você, e se o melhor estivesse ao meu alcance eu o faria por você.
Queria um parto natural, mas não foi possível, embora eu tenha insistido até o último instante.

Nos dias que antecederam seu nascimento tive que ir ao hospital de dois em dois dias fazer ultrassom com doppler e cardiocotoco, o médico achou que você estava pequenininha e magrinha demais pra minha idade gestacional e isso o preocupava, e as ultrassons eram discordantes na sua idade, a ultima que fizemos deu que você não tinha 39 semanas e sim 33, meu líquido estava muito reduzido, e assim, decidi que sendo desnecessária ou não, eu não colocaria você em risco teimando em um parto normal, embora dessa vez tenha sentido contrações doloridinhas e só de ter sentido isso, já me sinto muito feliz.

Segunda feira, sua irmã ficou com a vovó e lá fui eu pro hospital ver o médico, no caminho comprei algumas coisinhas para nós (acho que eu já sentia que daquele dia não passaria) e segui, e como havia sentido, seria internada na segunda mesmo.

Tinha até as 17:00 para me internar, avisei seu pai, seus avós, sua tia, e as 17:00 fomos internadas.

Confesso que embora soubesse tu-do que estava por vir, temi, temi por nós, temi por estar longe da sua irmã, confesso filha, tive medo, medo pq tudo seria novidade de novo, e em meio a tudo isso, tive medo de não ser uma mãe a sua altura.

No centro cirúrgico chorei. Não, não foi nada escancarado, não foi aquele choro que faz o nariz da gente entupir, mas chorei, primeiro pq pegar o acesso pro soro é dolorido de verdade, dói mais que a anestesia, dói mais que arrancar bife da unha, a mocinha raspou a agulha no meu osso, e ao invés de subir num banquinho e dar nela, eu desandei a chorar, um choro quietinho, sentido, daqueles típicos de quando eu fico triste.

E depois chorei de novo quando o anestesista veio conversar comigo. Ele viu que eu estava nervosa, e disse que iria me anestesiar deitada de lado.

Pausa.

Foi a coisa MAIS digna que alguém fez por mim durante a gestação toda. Digo isso, pq final de gestação é uma coisa de louco, a barriga pesa, tudo se torna difícil, e ser anestesiada sentada, forçando o corpo pra frente requer muito esforço por parte da grávida.
Foi muito tranquilo ser anestesiada de lado.

Despausa. 

E é estranho pensar que embora soubesse tudo que estava por vir, senti medo, tremia igual bambu verde durante a anestesia, mas pensei comigo "quer saber, vai dar tudo certo, vou relaxar!", e relaxei.

Relaxei filha, e deixei a coisa fluir, relaxei por mim, relaxei por você, não queria que seus últimos instantes dentro de mim fossem estressantes, eu queria te passar calma, serenidade, a mesma calma e serenidade que eu te passei a gestação toda.

E assim a coisa fluiu. Depois da anestesia me lembro de um forte enjoo, seguido do chorinho mais emocionante da minha vida.

Não chorei, me emocionei muito, mas não chorei, e não pq sou insensível, mas pq ao ouvir seu chorinho fui inundada por uma felicidade tão grande, uma alegria tão grande, que era impossível chorar, eu sorria, simplesmente sorria, e agradecia por você ser saudável e perfeita, era como se eu estivesse andando calmamente em um dia de sol leve, por um campo verdejante, cheio de flores cheirosas e coloridas, e ao fundo disso pudesse ouvir o som de muitas águas, um som tranquilizante, e a cada inspiração eu sentisse muita paz, muita calma e um cheirinho gostoso de coisa fresca.

Relaxei, dormi e quando acordei no quarto estava com fome, muita fome, mas ainda não poderia comer nada, me trouxeram você e eu pude sentir com calma seu cheirinho, sua pele, ver seu rostinho, apreciar seu sorrisinho, enfim, pude ficar contemplando como você é perfeita, como o amor que eu e seu pai sentimos um pelo outro pode se materializar em uma criaturinha tão pequena, tão linda, tão graciosa.

Dias depois viemos pra casa, e agora estamos aqui, você dormindo tão serena no carrinho ao meu lado, sua irmã dormindo no berço e eu sorrindo á toa.

Sabe filha, eu não sei aonde a vida nos levará, como será nossa relação futuramente, o que eu sei é que farei o melhor para ser uma boa mãe para vocês duas, uma mãe justa sempre, errando, acertando, mas acima de tudo, amando vocês com todo meu coração e com tudo de melhor que há dentro de mim.

Te amo muito, minha pequenininha.

Beijos, mamãe.


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- Ao nascer:

Peso: 2.685g 
Altura: 45cm 

- Na alta: 

Peso: 2.510g
Altura: a mesma =)


13 de maio de 2013

Em tempo, o nome.

Carol.

É assim que você será chamada por toda vida.
Não, não é Carolina, Caroline, Karol ou coisa assim, é Carol, apenas Carol.
Simples, doce, feminino e sereno como todo nome de menina deve ser.

Confesso que não foi fácil chegar à conclusão que você seria nossa Carol, sabe, eu sou uma pessoa muito indecisa, tinha infinitos nomes em mente, e assim que soube que quem habita minha barriga é uma menininha, comecei a chamar a barriga de vários nomes, coincidente ou não você não se manifestou em nenhum dos nomes, Alice, Clara, Catarina, Nina, Luíza, Lúcia, Mel, Bárbara, Isabela, Bia, e Ingrid, mas quando te chamei de Carol ontem de manhãzinha você chutou minha barriga.

Achei divertido você se manifestar justo nesse momento, acho que você gostou da escolha, e foi assim que nós duas decidimos que você será Carol.

Dizem que os filhos não escolhem o nome, mas filha, sabemos que somos diferentes e especiais, e que você ajudou a mamãe nessa tarefa difícil.

Procurei o significado e gostei, acho que futuramente você também gostará.

Seu nome é a forma inglesa de Carla, que por sua vez vem do latim, que significa aquela que é forte.

E filha, eu desejo que você seja forte, tenha força pq viver não é uma tarefa fácil.

Muitas pessoas simplesmente existem, mas poucas vivem. Viver requer força, e desejo que vc tenha isso desde seu nome.

Que você tenha força pra encarar os tombos, as tristezas, as decepções, mas que também tenha força pra ir atrás de tudo que deseja e ser uma menina, uma mulher vitoriosa e que escreva sua história de modo que as pessoas olhem pra você e a vejam como exemplo, como alguém que passa pela vida dos outros e faça a diferença.

Beijos e nos vems em breve

Mamãe


12 de maio de 2013

Dia das mães

Aqui é assim, todo dia das mães o Pablo trabalha, e eu acabo passando o Dia das Mães com meus pais e minha irmã, e acaba sendo um dia muito gostosinho.

Esse ano em especial estou grávida da minha Carol, e foi um dia tão gostoso quanto os outros.

O presente Pablo me deu ontem quando chegou de viagem, não era pra eu ter ganho ontem, mas ele deixou o presente por cima na mala, aliás, estava impressionado em como eu tinha organizado a mala, segundo ele, na hora de voltar a mala não fechava de jeito nenhum e ele queria saber como eu fiz pra caber tanta coisa dentro dela, haha

E hoje fomos ao parque, meus pais, minha irmã, eu. Delícia de dia, aliás, são esses momentos que a gente guarda pra sempre no coração!!

Por favor, desconsiderem o inchaço e o descabelamento, afinal, ir ao parque com barriga de 9 meses
e ficar brincando com a filha não é fácil!!

Não basta ser vovô, tem que participar!

Meu maior presente!

Elas brigam, discutem, mas no fundo elas se amam.

A razão de todo meu amor são essas duas!


Vai um sorvete de morango aí?

Meus tesouros!

Como não amar?

E foi assim, entre sorrisos, sorvete de morango, algodão doce e muitos sorrisos que passamos esse dia das mães. Senti falta da presença do Pablo, mas quem sabe ano que vem ele não está conosco?

11 de maio de 2013

O Kama Sutra materno!

Aqui em casa essa história de cama compartilhada nunca existiu, Mimi em seus 2 anos, 2 meses e 17 dias sempre, e quando eu digo sempre é sempre mesmo, dormiu sozinha no berço, nunca dormiu na cama com a gente.

Em dias muito frios eu a olho dormindo no berço e morro de vontade de pega-la no colo e levar pra cama com a gente, mas resisto a ideia pq não acredito que será um bom hábito pra ela e pra nós.

Masssssss como tudo na vida tem a primeira vez, dormimos juntas essa noite.

Pêra ae, dormimos vírgula, ela dormiu, eu não consegui pregar os olhos. 

Aproveitei que o Pablo foi viajar e pensei "ah, pq não?", afinal, ia dormir sozinha mesmo numa cama grande, pq não colocar a baixinha ali?

Me deu dó, pq ela perguntava do papai dela toda hora, aí eu quis morder, apertar, abraçar e levei pra cama comigo.

Peguei sua mantinha (falando assim parece até uma mantinha infantil, é uma manta minha, de casal de microfibra que ela acha que é dela), seu travesseiro, apaguei as luzes e lá fomos nós, e eu crentinha da Silva que ela não ia dormir, haha, até parece que não.

Me deitei e a coloquei deitada ao meu lado e disse que somente hoje dormiríamos juntas pq o papai tinha ido viajar e ela podia dormir no travesseiro dele pra diminuir a saudade, a cobri, e segurei sua mãozinha gordinha.

O quarto estava em meia luz, mas eu podia ver os olhinhos dela brilhando e curtindo o momento, ela sussurrava palavrinhas pra mim e eu fazia carinho nela, ela fingia que dormia e dava risadinhas (é, agora deu pra fingir que dorme) e em meio a sussurinhos pegou no sono em menos de 5 minutos!

Pensei com meus botões "agora é só ficar esperta pra menina não cair e dormir sossegada!", o dormir sossegada pode até ser desconsiderado, pq ela sempre dormiu a noite toda, o lance era ficar ligada pra ela não cair no chão, né?

Meia hora depois da última vez que olhei no relógio acordei com alguém me empurrando, era ela, com os braços abertos no melhor estilo x, ocupando metade da cama e me empurrando mais ainda pro lado.

A menina não tem nem um metro e estava me empurrando, e pior, ocupando praticamente a cama toda, a coloquei de volta no lugar de onde não era pra ela ter saído, adormeci e uma hora depois lá estava ela me empurrando de novo.

No fim das contas o máximo que consegui dormir seguidamente foi 1 hora, pq ela se mexe muito, ela praticamente deu a volta na cama toda me empurrando pro lado, e se eu a deixasse sozinha na cama ela ia ocupar a cama toda!!

As 7 da manhã não aguentei não, a levei de volta pro berço e não consigo pregar os olhos.

E assim terminou nossa primeira e última noite juntas na cama, céus, pra nunca mais, aqueles olhinhos pretos não me compram não, é impossível dormir com ela, espaçosa demais!

Aliás, a bebê também terá que se acostumar a dormir no berço, hoje, depois dessa experiência vejo que a melhor coisa que eu fiz na vida pelo meu sono, foi tê-la acostumado desde sempre a dormir sozinha!

Parabéns pra quem faz cama compartilhada, pq aqui, depois de hoje, não vai rolar mesmo!

Beijos sonolentos




10 de maio de 2013

Ciúmes entre irmãos

Toda mãe carrega dentro de si um pouco de culpa, e ao pegar meu positivo senti culpa pela Yasmin, veja bem, eu fiquei feliz por estar grávida, mas me senti culpada em relação à Yasmin, não sei definir direito, mas senti como se a estivesse traindo (?), deixe-me explicar melhor antes que a coisa se complique pro meu lado.

Yasmin é neta única e sobrinha única dos dois lados, tu-do, absolutamente tudo gira em torno dela, ela é a única criança da família, ela tem toda atenção do mundo pra ela, ela tem colo a hora que quer, enfim, ela tem o que quer a hora que quer, e essa mamata vai acabar quando a bebê chegar, o amor que sentimos por ela nunca irá diminuir, mas a atenção sabemos que se reduz sim, inconscientemente, mas reduz, pq um recem nascido precisa de mais atenção que uma criança de dois anos, isso é fato. 

E pensando assim eu me senti culpada, como se estivesse traindo toda confiança que ela tem em mim, um sentimento confuso e estranho de início, pq embora já amasse a bebê, me sentia triste pela Yasmin, até que como num estalo eu mudei minha linha de raciocínio. 

Eu estava triste por ela ou por mim? Preocupada com ela ou comigo? Afinal, ela só iria ganhar, sempre acreditei que irmãos são o maior ganho que temos na vida, se ela iria ganhar, pq eu estava assim?
Ela ganhará uma irmã para brincar, para lhe fazer companhia em tudo, para ser amiga, pra dividirem segredinhos, pra fazer arte juntas, pra tocar o terror em casa, pra aprender a dividir as coisas, então pq eu estava assim?

Logo concluí que meu medo não é a Yasmin receber menos atenção, é eu não dar conta de dar atenção pra duas, e hoje sei que tudo a seu tempo, tudo vai se ajeitando e entrando nos eixos na hora certa, basta ter paciência e jogo de cintura. 

Venho de uma família onde meus pais nunca fizeram diferenças entre eu e a Laís, mas vi meu pai e meu tio sofrerem diferenças gritantes até hoje por parte da mãe deles, e sempre tive na minha cabeça que não queria ser esse tipo de mãe, que tira de um pra dar pro outro, uma mãe que não é justa, eu quero amar minhas filhas sem medida, mas sendo justa sempre.

Me lembrei que a diferença de idade entre eu e a Laís é de 2 anos e 9 meses, e da Yasmin pra bebê será de 2 anos e 3 meses, no caso eu era 6 meses mais velha que a Mimi, e sei que 6 meses fazem diferença, mas sempre quis saber como minha mãe trabalhou isso comigo pra eu fazer igual com a Yasmin, pq sempre fui bem resolvida quanto a minha irmã.

Lógico que um ciuminho aqui e outro ali sempre rolou, mas nada que não pudesse ser contornado, então, acreditando que minha mãe fez um bom trabalho, eu queria seguir as dicas dela.

A primeira coisa era fazer a Yasmin saber que sim, mudanças estão por vir, mas que ela faz parte de tudo isso, nunca sendo deixada de lado.

Por esse motivo eu sempre disse que um bebê está chegando, que trarei esse bebê pra casa e ele será o nosso bebê.
Sempre fiz ela acompanhar o crescimento da minha barriga, só que, na cabecinha dela acho que a ideia de um bebe morando dentro da minha barriga é muito abstrata, afinal, ela tem apenas 2 anos, então não dá pra cobrar coerência nos pensamentos dela.

Se eu disser que a introdução de toda essa mudança pra ela foi um mar de rosas, estarei mentindo deslavadamente, não, ela não aceita bem até hoje a ideia de um bebê, tanto é que quando pergunto pra ela se ela quer uma irmãzinha ou um bebê a resposta é objetiva "nanão!" simples assim.

Ela adora bebês, fica doida quando vê um, mas não quer um pra ela - ainda.

Confesso que morria de inveja quando as gravidinhas com filhotes da mesma idade da Yasmin diziam que os filhos beijavam e faziam carinho na barriga, Yasmin sempre me beijou, sempre beijou o pai, mas nunca quis se aproximar da barriga que cresce, a bebê ganhou um beijo direcionado à ela, na minha barriga, há mais ou menos duas semanas, não mais que isso.

O interessante de tudo isso é que a Yasmin é uma criança muito independente, quer fazer tudo sozinha, é destemida, mas de quando descobri a gravidez pra cá, ela se tornou bem mais agarradinha comigo, não pode me perder de vista, faz mais birras, me desafia e por aí vai. Não sei se foi coincidência com o Terrible Two, mas a coisa por aqui ficou feia, de ter dias que eu sentei na cozinha e chorei sozinha minhas pitangas por não saber como lidar e o que fazer com a Yasmin, já que castigo, bronca, tapinha (sim, eu já perdi o controle e dei uns tapas nela) não surtiam resultado nenhum.

Fiquei desesperada, parecia que quanto maior a barriga ficava, mais a birra dela crescia, mas eu sempre enfatizava que há um bebê por vir, o nosso bebê, e que ela tem que se comportar direitinho pra me ajudar com o bebê.

Aí comprei as coisas do enxoval, comprei carrinho, ganhei presentes, mas nunca deixando ela de lado, se saio pra comprar uma meia pra bebê, trago um par pra ela também, pra que ela não se sinta deixada de lado.

Magicamente ao ver as roupinhas do bebê ela se transformou. Olha maravilhada praquelas peças tão pequenininhas e diz "ooooown, é do bebê!" e eu confirmo que é do nosso bebê e que ela poderá me ajudar com ele, a colocar roupinhas e escolher roupinhas e ela segue feliz.

E quando eu digo magicamente, é magicamente mesmo, ela sabe o que é do bebê e o que é dela, e não deixa ninguém mexer nas coisas do bebê, protege as roupinhas, viu o carrinho novo e mesmo sem termos dito que aquele carrinho não é dela ela assimilou que é do bebê e que ninguém deve mexer ali, acho muito bonitinho isso.

Segundo minha mãe, quando a bebê nascer vai rolar um ciumes, ela vai regredir um pouco em algumas coisas, é capaz que queira chupar chupeta, é capaz que queira mamar em uma mamadeira igual a do bebê, que queira voltar a dormir no berço, que queira ficar no colo ou no carrinho do bebê, que volte a fazer birras homéricas como as que me fizeram chorar há pouco tempo ... mas o segredo é fazer com que ela se sinta parte de tudo e nunca se sentindo excluída.

Seguindo essa linha de raciocinio da minha mãe, fiz ela me ajudar a lavar as roupinhas, colocamos juntas as roupinhas na máquina (pq nunca na vida que eu vou lavar pecinha por pecinha na mão) ela colocou o sabão e o amaciante, ligou a máquina, depois me ajudou a estender peça por peça me dando a roupinha e o pregador, recolhemos as roupas juntas e por fim ela me deu uma por uma pra passar.

Nesse tempo em que fazíamos as coisas, fui explicando pra ela que o bebê nasceria pequenininho e por isso precisaria daquelas roupinhas limpinhas, que a toalha dele precisa ser fofinha pq a pele é delicada como a dela, e por aí a fora.

Lógico que ela não entendeu lhufas do que eu disse - ou entendeu e eu a subestimo - mas o fato é que a partir do momento que eu a fiz participar ativamente de tudo relacionado ao bebê e isso inclui as consultas, exames, compras pro enxoval, e tudo mais, o comportamento dela melhorou demais em relação á tudo que se refere ao bebê.

Eu sei que depois que a bebê nascer aí sim as coisas vão ficar complicadinhas de verdade, mas segundo minha mãe (e eu tô botando a maior fé em tudo que ela fala, haha) é fazer ela continuar se sentindo parte ativa.

É chama-la pra me ajudar a dar banho na bebê.
Lógico que ela não vai segurar a bebê na água, mas pode me ajudar pegando o sabonete, segurando a toalha ...

Chama-la pra me ajudar a trocar a fralda, pegar a fralda e ficar ao meu lado conversando com a bebê enquanto a troco, pegar uma pomada, e por aí vai, o negócio é usar a imaginação e  fazer com que ela se sinta parte de tudo, e útil, jamais deixada de escanteio, que ela é importante na vida da irmã e que a ajuda dela faz a diferença pra nós, porém, que ela não é obrigada a nos ajudar, dar liberdade pra me ajudar mas não obriga-la caso ela não queira.

E a propósito, quando a bebê nascer, já tenho uma listinha de coisas pra colocar em prática.

  • Pedir as visitas que ao chegarem pra ver a bebê falem e interajam com ela primeiro, afinal, a bebê não entende nada de nada.
  • Deixar ela usar as coisas da bebê, se ela quer ficar no berço pode ficar, se ela quer colo eu dou (depois de tirar os pontos), se ela quer dar banho de balde nos bichinhos dela ela também poderá e por aí vai. 
  • Ela também poderá "pilotar" o carrinho da bebê de vez em quando. 
  • Pode deitar ao lado da bebê na minha cama. 
  • Pode segurar a bebê no colo quando eu estiver com elas! (pânico instaurado essa hora!
  • Em hipótese nenhuma comparar ela com a bebê de modo pejorativo, do tipo "tá vendo como sua irmã é boazinha e você não é...". Comparações do tipo "você também já foi pequetita assim!", "já usou roupinhas assim...!", são bem vindas e construtivas, mas compara-las pra dizer que uma é melhor que a outra eu não aceito, não aceito que eu faça e não aceito que ninguém faça, pode ser o Pablo, meus pais, minha irmã, meus sogros, o Papa, vou mandar catar coquinho na beira do barranco depois da chuva. 
Mas o mais importante disso tudo é aproveitar ao máximo o restante de tempo que temos juntas, só nós duas, fazendo passeios nossos, vendo desenho juntas deitadas no chão, enfim, valorizando nosso tempo, que é algo que sim, eu pretendo continuar fazendo depois que a bebê nascer, dedicar um tempo só pra nós duas, nem que seja ficar fazendo exclusivamente carinho nela antes de dormir, ler uma história, mas dedicar um tempo só pra nós duas, acho isso super importante, sei que pode ser difícil no começo com a loucura que tudo se transforma, mas nada que boa vontade não faça acontecer. 

Enfim né, eu não sei como será, não sei como foi ou está sendo a experiência de outras mães com o segundo filho, mas é assim que estou lidando, e tem dado certo, lógico que muitas vezes o que dá certo aqui não dá na casa dos outros, mas incluí-la em todas as atividades tem dado certo e é isso que eu recomendo. 

Agora, é cruzar os dedos e torcer de pés juntos pra que tudo continue caminhando bem pra depois do nascimento, mas aí já será assunto pra outro post, que espero fazer em breve!!



8 de maio de 2013

Minha menina

Meu mundo sempre foi rosa, e agora ele é mais rosa ainda, pq dentro de mim mora uma menininha que daqui poucos dias virá perfumar e dar mais brilho à minha vida e a de todos a nosso redor. 

Engraçado, acho que lá no fundo eu sempre soube que sempre seria mãe de menina, não levo muito jeito com meninos, acho que não saberia cuidar de um menino, e no fim das contas ia acabar enfeitando demais a criança!

Ao contrário do dia de todas as ultras que fiz, hoje acordei extremamente calma e sem expectativa nenhuma,  parei de criar expectativas pra não me frustrar, afinal, o intuito da ultra era apenas mostrar se o bebê (ainda sem sexo definido para nós) estava bem, nada além disso, saindo da clínica sabendo que meu filho estava bem me bastaria. 

Já na clínica expliquei para o médico toda a situação, que não sabia o sexo e não queria saber antes da hora do parto, mas se caso ele conseguisse visualizar e tivesse 100% de certeza que poderia contar para o Pablo que estava com cataporas de curiosidade. 

Assim que terminou o exame ele me perguntou se eu queria saber ou não, agradeci com um sorriso a cortesia, mas não queria saber e continuei firme no meu propósito, enquanto limpava minha barriga, Pablo e o médico foram para fora da sala e lá o Pablo soube o sexo do bebê. 

Alguns minutos mais tarde, já na recepção aguardando o dvd da ultra, o Pablo comentou comigo que gostou muito da clínica e do médico que fez a ultra dela. DELA

Fiz cara de pastel amanhecido, e ele ficou branco, afinal, soltou sem querer.

E foi assim, que descobri que hoje meu mundo fica mais rosa ainda, mais uma menina. Pra ser companheira, amiga, pra fazer meu amor se multiplicar e crescer mais ainda, pq no meu coração esse amor só cresce, só se multiplica. 

Minhas meninas, meus raios de sol ... quanto amor!
E como são minhas garotas, uma música só pra elas:

"I don't need no money fortune or fame
I've got all the riches baby
One man can claim

Well, I guess you'll say
What can make me feel this way"
My girl (my girl, my girl)

6 de maio de 2013

Da insegurança materna.

Nem sei por onde começar esse post, mas vamos lá. 

Desde que Yasmin e eu deixamos de ser uma única pessoa, nos separamos apenas uma vez, em julho de 2012 quando fiz uma cirurgia e fui obrigada a ficar internada cinco dias, de segunda a tarde a sexta de manhã, e sem poder vê-la, eu sabia dela apenas o que me falavam pq infelizmente ela não pôde me visitar (até pq hospital não é ambiente pra criança que está saudável!). 

Uma das recordações mais fortes que tenho desse dia foi que ela não poderia me acompanhar até o quarto da internação, quem me levou pro hospital foram meus pais pq o Pablo estava trabalhando, arrumei minha mala e seguimos nós quatro para o hospital e tive que me despedir dela na recepção, somente minha mãe seguiria comigo até o quarto, meu pai e ela aguardariam minha mãe voltar, não podiam seguir comigo. 

A cirurgia era de alto risco, então eu não sabia se os veria novamente, e a incerteza do futuro naquele momento me deu desespero, poderia ser a última vez que veria minha filha, meus pais, poderia ter sido a última manhã que preparei café para o meu marido e com um beijo desejei à ele um bom trabalho, poderia ter sido a última vez que vi minha irmã ... nunca tive medo da morte, mas sempre que paro pra pensar que posso ir antes daqueles que amo, e deixa-los desamparados, me dá uma angústia, um nó na garganta ... 

Peguei minha Pipoquinha no colo, senti seu cheirinho, abracei forte, apertei, pedi pra que ela se comportasse na minha ausência, beijei o pescocinho mais gostoso do mundo e a entreguei para o meu pai, com o coração apertado a entreguei e não olhei pra trás, pq sabia que se olhasse para trás desistiria da cirurgia. 
Segui em silêncio com a minha mãe até o quarto, ela me deu um abraço, disse que daria tudo certo, seus olhos estavam marejados de lágrimas, e assim como eu fiz com a Yasmin, ela me deu as costas e foi embora sem olhar pra trás, pq tenho certeza que se tivesse olhado e me visto com medo, teria pego minha mala e me levado de volta pra casa. 

A cirurgia seria as 7 da manhã e eu não consegui dormir nada, virei a noite acordada, escrevi no diário que mantenho pra ela, assisti a primeira temporada de um seriado novo que levei, passeei pelos corredores ... fiz tudo, menos dormir. Meu pensamento era um só "o que vai ser da minha filha e da minha família se eu morrer?". 

Uma das últimas lembranças que tenho de antes de ser sedada é ter falado pro meu cirurgião "O senhor tem que me trazer de volta pq eu tenho uma família linda, uma filha maravilhosa, um marido fora do sério e uma cachorrinha que dependem de mim!", ele sorriu e disse que eu voltaria sim, e voltaria bem melhor. Dito e feito. 

Fui internada na segunda, operada na terça as 7:30, e passei a terça feira na UTI, e segundo o Pablo, estava tão drogada que estava até vesga, me lembro de pouquíssimas coisas da terça feira. Quarta feira tomei banho na UTI mesmo e fui para o meu quarto receber as visitas. Quinta feira estava saracoteando pelos corredores pra ajudar a circulação e falando pelos cotovelos. Sexta feira de manhã fui embora pra casa. 

Nesse período todo, quem ficou com a Yasmin pra mim foram meus pais, minha irmã e meu marido, na época ela tinha 1 ano e 5 meses, e ficou muito bem. 
Decidi que só queria saber notícias dela, não queria falar com ela por telefone pra evitar desgaste emocional da minha parte, e pra não deixa-la agitada ou me chamando. Foi triste, sofrido e dolorido pra mim, mas deu certo, ela ficou muito bem. 

Sexta feira eu estava eufórica em voltar pra casa, queria abraça-la, sentir seu cheirinho, brincar com ela, enfim, queria minha vida de volta. 
Cheguei em casa as 8:30 da manhã. Ela dormia, mas assim que ouviu minha voz acordou. Ficou em pé no berço, pegou a mamadeira e disse "momóin!" e estendeu os braços para que eu a pegasse. 
Como não poderia fazer esforço nenhum, sentei na cama e o Pablo a colocou sentada no meu colo, ela me abraçou, começou a tomar a mamadeira e ficamos ali, abraçadas por um bom tempo naquele momento de reencontro que era só nosso e de mais ninguém. 

Aquela foi a maior recepção do mundo, senti no abraço e pelo olhar que ela sentiu minha falta, e se sentiu minha falta é pq venho desempenhando be meu papel de mãe. 

Aí vem a pergunta, e o que essa história toda tem a ver?

Tem a ver que esse mês nasce o Marshmallow, e eu terei que deixá-la pela segunda vez e me dói tanto o coração só de pensar. 

Dessa vez retorno do hospital com um bebê lindo, saudável, fofinho, ela poderá me visitar (pq é a única exceção pra qual o hospital deixa crianças fazerem visitas), mas o coração não deixa de ficar apertado em saber que ficarei longe dela por algum tempo. 

Lá poderei me dedicar exclusivamente ao Marshmallow, mas sem a presença dela a todo momento parece que alguma coisa está faltando, parece não, está faltando, está faltando ela comigo o tempo todo, me chamando a cada dois segundos, pedindo pra eu sentar ao lado dela pra ver desenhos, falando que quer mamar, que quer sair, fazendo bagunça pra eu arrumar ... 

Sei que chega a ser egoísmo pensar assim, afinal, o bebê vai precisar muito de mim nesse início, aliás, no início o bebê só precisa da mãe, mas a sensação que tenho é que estou traindo a Yasmin, é algo tão estranho que nem tem como definir. 

Se eu amo o Marshmallow? Demais.
Nunca vi o rostinho, não sei se é menina ou menino, não senti seu cheirinho, não o segurei nos braços ainda, mas sim, ele já é um bebê extremamente amado e desejado por nós. 
Não é diferença entre filhos, até pq amor de mãe não tem como ser dividido, é algo tão mágico que só pode  ser acrescido, só cresce, não subtrai, não divide, só cresce e se multiplica. 

Mas me sinto péssima em deixar a Yasmin aqui novamente, pq hoje sim ela sente minha falta, não pode me perder de vista, chora se estou longe ... 

No fim das contas sei que ela vai ficar muito bem com o pai, com a tia, com os avós, e até com uma vizinha querida que a ama muito e ela ama muito, eu sei que vai dar tudo certo, mas descobri que além da minha tendência pro drama a la Maria del Bairro eu dependo muito mais dela do que ela de mim. 

E agora que o grande dia se aproxima, o negócio é enfiar toda angústia e sentimento esquisito num saquinho e jogar na lixeira no caminho do hospital pq obrigatoriamente as coisas terão que se encaixar e dar certo, não é uma questão de escolha, tem que dar certo ou tem que dar certo, mas assim como o nascimento dela me trouxe um friozinho na barriga, eu posso afirmar que o nascimento do Marshmallow tá trazendo um friozão!

Enfim, vou esperar pra ver no que dá (e que dê certo!!). 

Beijos 


4 de maio de 2013

Pq Marshmallow?

Não é novidade pra ninguém que eu chamo o bebê de Marshmallow, mas acho que eu nunca contei o pq de chama-lo assim, até que uma amiga disse que acha engraçado e eu me toquei que pouca gente sabe o real significado de Marshmallow.

Funciona assim, eu precisava chamar o bebê de alguma coisa além de bebê ou nenê. Não dava pra chamar pelo nome escolhido pq até agora ele segue sem nome definido (mas tenho uma listinha de favoritos, é indecisão mesmo), e não sabemos o sexo pra definir de vez o nome, ou seja, eu precisava de alguma coisa, objeto, bichinho, fofura e afim que me remetesse à bebês!

Bebês são naturalmente fofinhos, lindinhos de se ver, molinhos, cheirosinhos, gostosos de apertar, dão vontade de morder, rosadinhos e clarinhos, enfim, bebês são tudo de bom, e coincidentemente Marshmallows tem essas mesmas características, looooooooogo, o bebê que carrego no ventre é um Marshmallow, pq quando nascer eu vou querer fazer tudo isso e mais um pouco, ou seja, tá aí a explicação do pq de chama-lo de Marshmallow!

Agora, só falta o Marshmallow nascer pra eu saber se vai ser um Marshmallow cor de rosa ou azulzinho!

Entenderam?

Beijos e bom fim de semana



 

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