30 de outubro de 2013

Marie



Querida Marie; 

Sou daquele tipo de pessoa que tem uma listinha pra tudo, listinha pra ir ao mercado, listinha pra ir ao bazar, listinha disso, listinha daquilo, listinha de coisas pra fazer antes de morrer, e listinha de coisas pra fazer com pessoas antes delas irem embora.
Você gostava tanto de vento, de liberdade, meu plano pra nós era comprar um capacete pra cada uma e dar uma volta de motoca pra que suas orelhinhas balançassem e você fizesse a cara de feliz que sempre fazia quando passeávamos.

*
- Olha mãe, ela levanta a patinha pra tomar leite! Owwwwn.
*
- Mariiiie, não pode pegar o bichinho de pelúcia!
*
- Ahhhh dona Marie, xeretando na minha bolsa de novo buscando doce?
*
- Você não pode roubar as bolinhas da árvore de natal, Marie!
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Você esteve presente em nossas vidas em momentos tão importantes.
Quando o Pablo entrou em nossas vidas, lá estava você a abanar o rabinho e o recebendo de patas abertas.
Quando perdi o bebê, lá estava você deitada comigo na cama, me olhando e parecendo entender tudo que eu sentia.
Quando arrumávamos tudo pra chegada da Yasmin lá estava você supervisionando tudo e até entrando dentro do carrinho pra conferir se estava tudo certo, e quando ela chegou, você não ficava tão perto, mas bastava a bebê chorar pra vir me “avisar” que algo estranho estava acontecendo.
Com a chegada da Carol você agiu diferente, ficava pertinho e ela te olhava e sorria, e você em retribuição simplesmente ficava perto.
Yasmin corria atrás de você tentando te abraçar daquela maneira Felícia que nós bem conhecemos.

*
- Então deita aí no tapetinho Marie, vou fechar a porta do banheiro e você fica aí enquanto tomo banho, tá?
*
- Calma Marie, você vai com a gente, me deixa colocar a coleeeeira!! – e você passava entre minhas pernas e corria pro portão.
*
- Marie, me dá agora a pantufinha do bebê!
*

Minha querida, você não foi apenas uma cachorrinha, você foi minha companheira, minha amiga, minha ouvinte, meu bebezinho, uma vida que era um verdadeiro tesouro pra minha vida, e eu te amei da primeira vez que te vi até seu último suspiro conosco.
Eu lamento muito por você não ter sido eterna ao nosso lado, pq dói muito chegar em casa e você não estar aqui abanando o rabinho para nos receber com o rostinho amarrotado de sono, fazendo a mesma festa de sempre, nos tratando como se fossemos celebridades.
Aquele seu olhar puro, e o sorriso que dava quando ganhava um cafuné sempre estarão guardados na minha memória, junto com os bons momentos e toda felicidade que você nos trouxe, você teve uma vida breve, mas acredito que nem em uma vida toda eu aprenderia a amar como você nos amou, pq o amor é despretensioso, e você nos amava assim, pelo que simplesmente somos, sem se importar com conta bancária, fama, se nossa casa é grande ou pequena... você simplesmente nos amou e sempre nos deu carinho.
Obrigada por ter sido essa criaturinha que trouxe tanta alegria pra gente, eu queria ter feito mais por você, o buraco que sinto é como se não tivesse feito o suficiente, e pelo visto não foi.

*
Sou daquele tipo de pessoa que tem uma listinha pra tudo, listinha pra ir ao mercado, listinha pra ir ao bazar, listinha disso, listinha daquilo, listinha de coisas pra fazer antes de morrer, e listinha de coisas pra fazer com pessoas antes delas irem embora.
Você gostava tanto de vento, de liberdade, meu plano pra nós era comprar um capacete pra cada uma e dar uma volta de motoca pra que suas orelhinhas balançassem e você fizesse a cara de feliz que sempre fazia quando passeávamos.

Não deu tempo, infelizmente não deu tempo, mas Marie minha querida, se eu pudesse voltar no tempo, não teria feito nada diferente, teria me apegado como me apeguei e teria te dado todo amor que te dei, pq agora sei que você está em paz e descansando, talvez em algum lugar onde a grama seja verdinha e você possa correr sem obstáculo nenhum, livre como sempre deveria ter sido,
atrás das coisas que gosta, ou talvez esse lugar não exista mesmo, e seu corpinho tenha apenas descansado, mas pra mim a certeza de que você nunca mais irá sofrer e que agora nós temos que aprender a viver com a saudade, e que com certeza ela dói menos do que por tudo que você passou, não me consola, mas por hora me basta.

Te amarei pra sempre, te dou adeus mas com muita saudade desde já. 

11 de outubro de 2013

Alegria roubada

As duas memórias mais vivas que eu tenho dentro de mim são o nascimento das minhas meninas, não existe momento que se compare ao nascimento de um filho, aquela emoção de ouvir o chorinho que mudou minha vida, ou mesmo a mágica de ouvir o choro delas desaparecer conforme se aproximavam de mim e ouviam minha voz.

Ouso dizer que mulher nenhuma sabe o que é amor verdadeiro antes de ter um filho, ali, no momento que nasce nosso filho somos apresentadas ao maior amor do mundo, que sobrepõe qualquer tipo de barreira e que vai superar qualquer coisa nessa vida.

É, elas são o maior amor que eu tenho, hoje não imagino minha vida sem elas, aliás, não sei como pude viver tanto tempo sem essas meninas, ouvir a voz da Yasmin me chamando a todo momento, me abraçando pq gosta do meu abraço, me beijando pq diz que sou cheirosa ... e a Carol, ahh quanta doçura em apenas 5kg, aquela risadinha maravilhosa, aqueles olhos observadores e o suspiro que ela dá quando beijo seu pescocinho.

São coisas pequenas assim que transformam meu dia-dia e me fazem enxergar que a maternidade é isso, é dar valor nessas coisas diárias e pequenas, que fazem a nossa vida ser mais colorida, é estreitar os laços com muito carinho, e prezar pelo carinho sempre, pq elas irão crescer e talvez um dia – que eu espero estar bem distante – não queiram mais o meu abraço, o meu colo, então eu vivo um dia de cada vez aproveitando o máximo que posso da minha maternidade.

Talvez, seja por isso que eu fique tão incomodada quando leio em diversos lugares o parto sendo endeusado ou endiabrado, pq pra mim o parto é um meio pro fim.

Na gravidez da Yasmin, com toda informação que tive optei pela cesárea.

Não fui pressionada por médicos, por familiares, amigos, marido, ninguém, eu decidi pela cesárea sozinha.
Queria minha filha em meus braços o quanto antes, queria pra ontem, não tive paciência de esperar, cheguei as 40 semanas e como nem sinal dela querer nascer, marquei uma cesárea totalmente eletiva e fui conhecer o grande amor da minha vida.

Se eu me arrependo de ter feito isso?

De jeito nenhum, se tivesse que voltar no tempo faria tudo igualzinho, foi perfeito pra mim, estava cercada por todos meus amados, Yasmin foi recebida com extrema alegria e amor, veio saudável e linda, o que mais eu poderia querer?
Mais nada, pq minha vida estava completa e eu me sentia plena como mãe.

E quando eu pensei que não havia mais espaço pro amor em meu coração, recebi a notícia que estava grávida da Carol.

A segunda gravidez me trouxe uma calma que eu desconhecia, justamente eu que sou a ansiedade em forma de gente me vi tranquila e serena como nunca estive antes.

Assim como na gestação da Yasmin eu procurei ler sobre tudo que poderia ser benéfico pra Carol, final, existem tantos estudos novos em diversas áreas sobre nascimento, parto, cuidados com o recém nascido, que eu quis aprender mais.

E após ler muito e me basear em leituras eu passei a querer um parto natural, não era aquela coisa “vou morrer se não tiver um parto natural”, mas era algo que eu queria passar pra ver qual era, se aguentasse a dor iria até o fim, caso contrário ou se necessário, faria uma cesárea sem problemas.

Embora eu seja muito saudável, minha saúde tem certas limitações, eu tenho uma hérnia umbilical gigante que salta e dói se eu faço qualquer tipo de esforço físico, e ano passado passei por uma cirurgia de grande porte, que demoraria cerca de 18 meses para cicatrizar totalmente, ou seja, o parto natural não era indicado pra mim.

Mas eu cismada queria pq queria um parto natural.

Os benefícios são tão grandes, pq privar minha filha de algo tão benéfico que é um parto natural?

Mudei muitas vezes de médico, e salvo engano, com 36 semanas passei pelo último (que é quem fez meu parto).

Fui sincera, disse que minha situação era a descrita acima, hérnia umbilical que doía até ao espirrar (sem exageros), recém operada de uma cirurgia de grande porte ... e que queria um parto natural pq li por infinitas horas na internet que o parto natural era o melhor pra minha filha.

Ele disse que se eu quisesse poderíamos fazer o seguinte, eu entraria em trabalho de parto e iria imediatamente para o hospital, pq minha hérnia gigante poderia estrangular e eu tinha que ser monitorada o tempo todo.
Nada de sorinho acelerador pq eu vinha de uma cesárea anterior, então o trabalho de parto teria que evoluir sozinho, e o parto evoluiria tranquilamente e ele estaria comigo, desde que no hospital.

As semanas se seguiram, e eu estava empolgada com a ideia de um parto natural, mas não descartei em momento nenhum a cesárea, afinal, vai que fosse necessário.

Não estava ansiosa, não estava nada, estava normal, eu Julia seguindo minha vida e aguardando o nascimento da minha caçula!

Com 39 semanas meu médico pediu uma ultrassom pra sabermos a posição que ela estava, pois com 36 semanas ela estava atravessada na minha barriga.

Quando levei o resultado meu médico disse que Carol estava com um déficit de desenvolvimento, estava abaixo do peso e minha barriga de 39 semanas tinha altura uterina de 32. Alguma coisa poderia estar errada.

Por precaução, pediu que eu fosse ao hospital fazer exame dia sim dia não pra acompanharmos como a Carol estava, já que ela se mexia bem pouco e o tamanho estava alterado.

E assim fui, tanto que passei o dia do meu aniversário (19/05) no hospital sendo monitorada. Eu fazia cardiotoco, mis um exame que eu não me recordo e ultrassom pra saber a situação da pequena.
Na ultrassom desse dia a médica ficou assustada com a quantidade de líquido que eu não tinha, o liquido estava baixo e a mobilidade da bebê comprometida.

O médico que me acompanhava aquele dia disse que segundo o cardiotoco eu estava com contrações leves, ligou para meu médico e passou a situação.

Meu médico disse que era pra eu ir ao consultório dele no dia seguinte (e não deu quase 12 horas de diferença entre o exame a consulta com ele).

Já no dia seguinte na consulta ao ver os exames ele foi bem enfático ao dizer que ela estava com restrição de crescimento e que a mobilidade dela estava comprometida devido a baixa de liquido.

Após essa conversa só deu tempo de levar as malas para o hospital e internar.

Eu estava feliz, muito feliz em finalmente conhecer minha menininha, mas meu coração se apertou no centro cirúrgico.

Pensei comigo “poxa vida, será que estou sendo enganada?” e deitada chorei.
Um choro solitário, sentido, um choro triste de impotência, pq eu coloquei na minha cabeça que queria passar por aquilo, afinal, quem não quer dar o melhor pro filho? Eu queria, enchem tanto a cabeça da gente que o parto natural é isso e aquilo, que é menos traumático ... poxa vida, minha filha sendo tirada a força de dentro de mim, que evento mais traumático, me senti uma bosta de mãe.
Eu deveria estar empoderada, ter o controle do meu corpo, dizer não pra esse sistema cesarista que todo mundo fala. 
E chorei sozinha.
Não foi um choro de soluçar, mas lembro que as lágrimas eram amargas.

O anestesista entrou e me viu quietinha, chorando e me perguntou o que estava acontecendo.
Tudo se resumiu em uma palavra: MEDO.

Em meio as lágrimas contei tudo que se passava na minha cabeça, o pq de estar ali, a restrição de crescimento, minha agonia.

E em toda minha gravidez o gesto dele foi o mais humano que alguem fez por mim durante toda gravidez, ele acariciou meu rosto e disse que eu deveria relaxar, ficar calma, e que os últimos instantes dela dentro de mim, independente da via de parto deveriam ser momentos felizes, que aquela tristeza toda não faria bem pra nós duas, e que o importante era ela vir com saúde.

Após isso me acalmei, fui anestesiada e minha princesa nasceu.

Sim, ele tinha razão, o importante seria ela vir com saúde, nada além disso.

E quando ouvi aquele chorinho gostoso de vida, as lágrimas correram de felicidade, pq como eu disse lá em cima, o chorinho da vida mudou a minha vida!

Só quem já esteve em um centro cirúrgico e ao invés de ouvir o chorinho que muda a vida, saiu de lá com os braços vazios e o coração despedaçado sabe a alegria que é viver esse momento seja ela por cesárea ou por parto natural.

Momentos antes dela nascer me lembrei do dia que estive em uma maternidade e saí de lá com os braços vazios e o coração em frangalhos pq meu sonho não tinha vida.
Me lembrar disso me deu alegria pra apreciar aquele momento tão especial, pq me desculpem, mas o triste não é ter um parto frustrado, triste é você entrar grávida e sair sem seu filho, é ver seu sonho ir embora sem poder fazer nada.

Eu quase tive a alegria do meu momento roubada, digo quase pq no ultimo minuto do segundo tempo me lembrei disso e me lembrei que tinha uma joia especial em casa me esperando, nascida da mesma maneira e que era muito amada, muito desejada, que é o amor da minha vida.

Minha alegria quase foi roubada pq agora dizem que só é boa mãe quem sente a dor do amor verdadeiro, que só é boa mãe quem pari naturalmente, e eu não sei em que momento eu me deixei levar por isso, mas ser mãe é muito mais que dar a luz, ser boa mãe é dar exemplo, carinho, ensinar bons valores, cuidar e mostrar o bom caminho, o parto é apenas o começo de tudo, ser mãe é uma jornada tão longa, tão solitária, que eu não sei como pude me deixar levar por isso.

Se eu tiver uma nova gestação, não vou ler nada, não quero saber de nada, quero fazer meu pré natal normalmente, mas não quero ler sobre benefícios disso ou daquilo, pq eu não quero sentir o que senti.

“Ah mas vc caiu em uma desnecessarea”, juro que pra quem me disser uma porcaria dessas direi que desnecessário é esse tipo de comentário.

Ao contrário do que possa parecer, sou muito bem resolvida com meus partos, não me arrependo de não ter tentado ir até o fim, afinal, se ele é medico e estudou quem sou eu pra achar que naquela situação sei mais que ele me baseando apenas em estudos do google?

Eu vejo muita gente dizendo que a cesárea foi banalizada, e que tudo que é indicação é desnecessarea, mas eu como mãe, jamais colocaria a vida das minhas filhas em risco por um capricho, por um achismo.

E eu quase tive meu momento de alegria roubado, mas não, quando me trouxeram aquela bebezinha minúscula a emoção foi a mesma, o choro emocionado foi o mesmo, só o amor que não, o amor se multiplicou por 10, por 100, por 1000 em questão de segundos, pq no fim das contas não me importaria se ela nascesse pelo buraquinho do meu nariz, o importante era ela estar bem e nos meus braços, o resto?

Ahh, o resto é resto e cada um sabe bem onde o sapato lhe aperta!!

1 de outubro de 2013

Momentos

Sábado à tarde...

Estou ao telefone quando ouço Yasmin na sala dando risada e Carol rindo junto, de repente silêncio e a Carol bota a boca no mundo.
Não posso abandonar o telefone, mas não posso ignorar que alguma coisa está acontecendo.
Minha santa mãe vai na sala pra ver o ocorrido e se depara com Yasmin segurando minha água de passar e dando pequenas borrifadinhas no rosto da Carol - que estava no carrinho.
Pq ela colocou a boca no mundo?
Pq a irmã parou de molhar o rostinho dela!

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Ontem...

Yasmin sentada no chão da sala, Carol no bebê conforto.
- Pode balanxar a bebê mamãe?
- Pode sim.
E Yasmin segue balançando cuidadosamente a irmã, olhando a "bebeginha" com tanta ternura que dói o coração. Carol, de nada boba que é, sorri toda banguela para Yasmin.
De repente ela para, olha pra Carol e diz:
- Um abraço bebeginha Carol, um abraço!
E abraça a irmã com extrema delicadeza, voltando a balançar em seguida.
Balança com mais cuidado, e de repente solta algo que faz meu coração quase explodir.
Para o bebê conforto, olha no bem nos olhos da irmã e diz:
- Eu tinhamo bebeginha, eu tinhamo!
Dá um abraço na irmã, um beijinho na bochecha, levanta, e saí pedindo biscoito de chocolate.

Essas minhas filhas tem o dom de fazer brotarem ciscos nos meus olhos!

3 de agosto de 2013

Vida escolar...

É, Yasmin agora tem vida escolar, com direito a amiguinhos, agenda, mochila, necessarie ... minha menina está crescendo e o tempo está passando muito rápido!

A adaptação vai bem, quer dizer, vai bem dentro do que é considerado normal, mas não vou dizer que vai bem a ponto dela chegar na porta da sala, me dar tchau e sair correndo pra galera, ou bem a ponto dessa que vos escreve não se sentir péssima em deixar a filha na escola.

Ela chora quando percebe que vou embora. Segundo a professora ela choraminga, deita no colchãozinho, porém, na medida que as crianças chegam ela começa a interagir e esquece que não estou por perto.

Procuro enfatizar pra ela todo tempo os pontos positivos da escola, os amigos, o parque, os livros, levar a mochilinha cheia de coisas ... e acredito que digo tudo isso pra ela, mas no fundo afirmando pra mim que essas coisas são boas pra ela, pra me convencer.

Até quarta feira eu estava ligando todo dia pra saber com ela está, mas parei, analisei e decidi que se houver alguma coisa que eles não possam contornar na minha ausência entrarão em contato comigo, afinal, se eu decidi que aquela escola atende as necessidades dela eu tenho que confiar, e realmente, em uma semana não tenho o que reclamar - por enquanto.

Hoje a reunião foi muito esclarecedora, foi apresentada aos pais as atividades que serão desenvolvidas com eles até o  fim do ano, e fiquei muito satisfeita pq trabalharão várias coisas que eu acho importante reforçar em uma criança.

Nessa primeira semana já pude notar uma grande diferença no comportamento da Yasmin.
Ela está mais calma, menos birrenta e imediatsta, por outro lado, não posso sair do seu campo de visão, se ela nota minha ausência começa a chorar desoladamente, está extremamente apegada a mim.

Voltou da escola cantando a música da Borboletinha e eu achei isso tão lindo, aprendendo coisas que não sou eu quem ensina, me emociono em ver como ela está crescendo e em como seus horizontes estão se expandindo para além das minhas asas.

Sexta feira ela não foi a aula, ou seja, está com uma "folga" de três dias da escola, e eu torço de coração pra que ela não estranhe tanto - pq segunda feira é tensa pra todo mundo, neh?

Mas vou viver um dia de cada vez, e tentando não ficar tão ansiosa pelo amanhã, já que sofrer de véspera não adianta nada.

Agora é curtir o fim de semana e acordar cedo na segunda!

Beijos pra vocês!



A nova moda é sorrir!


Não basta ser linda, maravilhosa, boazinha, e espertinha, tem que sorrir!

E de uns dias pra cá a nova moda é sorrir, assim, sorrir a todo tempo.

Sorri quando falo com ela.
Sorri quando me vê.
Sorri para a irmã.
Sorri para o papai que conversa co ela.
Sorri quando canto pra ela.
Sorri quando mama.
Sorri quando a pego no colo e a aconchego em meus braços.
Sorri quando seguro sua mãozinha.
Sorri quando falo coisinhas ao pé do seu ouvidinho.
Sorri quando a coloco ao meu lado no quintal pra estender roupas e ficamos (?) conversando.
Sorri quando beijo enlouquecidamente seu pescocinho.
Sorri quando faço vozes bem idiotas pra chamar sua atenção.
Sorri, mas perde a paciência comigo quando fico passando a chupeta em sua boca e enrolando pra dar a chupeta pra ela.

Enfim, ela tem motivos de sobra pra sorrir, e eu, motivos de sobra pra me apaixonar diariamente pela minha caçulinha!

É muito amor, muito carinho, muita fofura, que eu nem sei como cabem dentro de um coração só!

:)

30 de julho de 2013

A ficha caiu!!

É, no segundo dia de aula a ficha caiu, a dela e a minha.

Como comentei no Facebook, se ontem seu primeiro dia de aula foi uma ida ao paraíso pra nós duas, a madrugada foi bem tensa e quase uma ida ao umbral.

O decorrer do nosso dia pós aula ontem foi muito tranquilo, porém, depois das 18h Mimi ficou extremamente chorosa, só queria colo, o tempo todo, chorava pra colocar meia, chorava se eu colocava a mão em seu cabelo, chorava se eu a pegasse no colo sentada, chorava se eu ficava em pé com ela no colo... cheguei até a pensar que estivesse ficando doente ( pois o narizinho estava trancado, e dia desses deixei ela na banheira quando ouvi ela chamando e ao chegar no banheiro me deparei com ela em pé, ao lado da banheira, segurando todos os brinquedinhos aquáticos que pôde agarrar, e dizendo que o chuveiro estava gelado!), mas não está doente não, está ótima!

Se estava chorosa depois das 18h, quando o Pablo chegou as 23h ela estava mais chorosa ainda. Pablo brincou com ela, fez mamadeira, conversou e fomos todos dormir, aliás, ela estava contrariada, não queria ir pra cama!

Exatamente as 3:00 da madrugada ela começou a chorar e me chamar.
Levantei e fui ver o que estava acontecendo, ela dormia e chorava dormindo, me chamava dormindo. A acalmei e voltei pra minha cama, e isso se sucedeu as 3:15, 3:30, quando foi 3:50 deitei na cama com ela, e assim seguimos até as 5:00.
5:00 ela começou a via sacra de novo, e o Pablo pediu que a levasse pra nossa cama, afinal, cama de pai e mãe é quentinha, dá sensação de segurança, os dois estão próximos, cama de pai e mãe é tudo de bom!
Ela dormiu, Pablo dormiu e eu fiquei me esgueirando na beiradinha da cama, quando consegui pegar no sono deu o horário de levantar pra arruma-la, preparar café da manhã e tudo mais.

Lógico que eu parecia um zumbi bêbado no melhor estilo The walking dead, pq sério, eu posso ficar sem dinheiro, sem leite, sem comer, sem carro, mas eu não posso ficar sem dormir, mas voltando ...

Pensa numa criança irritada às 7 da madrugada manhã, essa era Yasmin!
Não queria tomar banho, foi pro banho na marra, chorooooooou até não poder mais, um choro ardido, estridente.
Chorou pra colocar a roupa, e pra pentear o cabelo foi um verdadeiro inferno, parecia que eu estava escapelando a garota, não queria que o pente relasse nas madeixas, prendê-lo então estava fora de cogitação ...

Fomos para o colégio.

Ela se animou um pouquinho ao ver as crianças no portão da escola, e assim que entramos e fomos pra sala dela e eu a entreguei no colo da professora ela foi sem chorar, mas daí eu lerda que sou, caí na besteira de demorar um minutinho pra ver se ela iria brincar com as crianças. PRA QUE?

Ela me chamou, entrei na sala e ela quis colo. Peguei.
Ela não queria me soltar mais, legal né? #sqn

Gentilmente a professora a pegou do meu colo e disse pra eu vir pra casa, a distraiu e a levou pro parque pra ver os brinquedos.

O trecho abaixo fez com que eu me sentisse a mosca do coco do cavalo do bandido, uma porcaria de mãe, senti culpa (coisa que eu nunca tive), deu vontade de bater a cabeça na parede (literalmente!).

Enquanto a professora a levava para o parque e eu ia em direção contrária, num chorinho sentido ela me estendeu os braços e disse "mamãe!".

A professora foi firme e gesticulou pra que eu viesse pra casa que ela ficaria bem.

Virar as costas pra minha filha me doeu, doeu de verdade, me deu um aperto no coração, um nó na garganta. Minha vontade era pega-la no colo e trazer pra casa, mas não o fiz, fui pro carro em silêncio e em silêncio voltei.

Já em casa parecia barata depois da dedetização, estava tonta, perdida, com o coração lá na escola.
Olhei pro relógio, 8:05 ainda. Resolvi que esperaria até as 9 e ligaria pra escola pra saber como ela estava.

Chegava o Natal mas não chegava o bendito horário.

Fui lavar a louça do café, colocar roupa pra lavar, varrer a casa, arrumar as roupas dela ... e nada do pensamento fluir pra alguma coisa que não fosse a escola, fiquei remoendo o assunto.

Juro, pensei até em desistir de leva-la pra escola.
Dane-se o restante, estou em casa com a Carol mesmo, pq manda-la pra escola num dia frio desse, ela deveria era estar em casa, debaixo do seu cobertor fofinho, tomando seu leitinho e assistindo Moranguinho.

Mas de que adiantaria não leva-la mais pra escola se ano que vem ela teria que passar por isso novamente?
Deixar a escola pra la seria o mesmo que pegar um atalho, o caminho mais fácil, e eu não sou de pegar caminhos mais fáceis quando se trata em educa-la. Sim, eu tenho que ser firme!

Protelei e liguei lá as 09:20 e a professora disse que ela dormiu.
Mais especificamente disse que ela foi pro parque, brincou bem pouco e dormiu no colo da professora, na hora do lanche acordou, comeu e ficou chorosa e ao voltar pra sala dormiu de novo, o problema era sono.

Se eu quisesse ir busca-la não haveria problemas, pq de início a ideia é acostumar a criança no ambiente, é passar segurança à ela, e não transformar a escolinha num campo de concentração infantil.

Fui.

Cheguei lá e ela estava dormindo no colchãozinho. Dormia pesado, e quando a chamei praticamente voou no meu colo, veio embora feliz, chorosa, porém feliz.

O dramalhão mexicano continuou, estava bem manhosa, dormimos juntas por uma hora e meia no período da manhã e a tarde a levei ao parque, brincou pouco, mas brincou, queria mesmo é colo.

Amanhã ela irá pra aula, ou pelo menos espero ter força de vontade pra isso, mas que meu coração fica partido em vê-la triste assim, isso fica!

:(

29 de julho de 2013

O primeiro dia de aula


Quarta feira matrícula foi feita, quinta feira eu respirei fundo e a preguiça não me deu espaço pra mais nada (até pq tava um frio da moléstia!), sexta feira compramos o uniforme e sapatos, tiramos foto 3x4 e era só aguardar segunda feira chegar pra irmos ela ir pra aula!

Domingo a noite me vi arrumando a mochilinha dela pra aula que começaria hoje.
Coloquei na pequena mochila uma troca de uniforme, na necessarie dela uma pomada pra assadura, um pacote de lenço umedecido, duas fraldas, pasta e escova de dentes e uma toalhinha de mão.
Mochilinha pronta, uniforme separado em cima da cômoda, agora era esperar dar a hora de acorda-la e leva-la para o colégio.

Dormi ansiosa, fiquei pensando em como seria legal ela ir pra escola, se ela gostaria, se os amiguinhos a receberiam bem, se a professora era realmente boa ... essas coisas todas que passam na cabeça de uma mãe quando o filho está passando pra uma próxima etapa.

Acordei ao primeiro toque do despertador, troquei o pijama por uma roupa apresentável, tomei café da manhã e a acordei.

Ela odeia acordar cedo, mas foi só dizer que ela estava acordando pra ir pro colégio que ela se animou.
E toma banho, coloca uniforme, coloca no pézinho o par de meias da gata Marie (que ela ama!!), o tênis novo (já disse que ela adora uma novidade?), penteia o cabelo, toma café, escova os dentinhos, pega o baldinho e bora pro colégio.

Um friiiiiio terrível hoje cedo, mas ela estava empolgadíssima, e estava toda a sorrisos quando viu diversas crianças aguardando pra entrar em suas classes.

Levei ela até a porta da sala, coloquei-a no chão e ela entrou sem cerimônias, foi direto perto das crianças, começou a conversar com elas, e nem me deu tchau.

Eu fiquei ali na porta, parada, olhando. Não estava triste, não estava aliviada, um misto de sentimentos confusos, se por um lado eu me senti triste por ela nem ter me dado tchau, por outro diquei orgulhosa por ela ser corajosa e não precisar de mim pra dar esse passo tão grande que é ficar sozinha com outras crianças.

A professora disse que se ela começasse a chorar eles ligariam no celular, mas se fosse possível que eu permanecesse nas redondezas. Permaneci.

A observava longe do seu campo de visão, ela se saiu bem, e as 9 da manhã a professora disse que eu poderia ir embora e voltar para busca-la no horário normal, pq ela estava super bem.

Vim pra casa, tudo silencioso, fica um vazio sem a presença dela, uma calma que eu mesma estranhei, afinal, ela não estava ali pra ficar falando "mamãe" a todo momento.

Fomos busca-la no horário normal, assim que me viu ela veio com um sorriso gostoso, mas quando eu abri os braços pra pega-la no colo ela se dispersou, não queria ir embora do colégio, enrolou e enrolou pela sala.

A professora me disse que ela se comportou bem, não chorou em nenhum momento, comeu muito bem o lanche, foi sociável e doce com todas as crianças e que provavelmente não teremos problemas de adaptação.

Na agenda já veio bilhetinho.

O primeiro convidando o papai pra festa de dia dos pais, e o segundo nos informando sobre o passeio do fechamento do semestre. Adoramos.

Já no carro não houve muita conversa, afinal, ela brincou tanto, e achou tudo tão legal que capotou de cansada.

E amanhã temos mais aula, vamos ver se ela se comportará bem como se comportou hoje ou se sentirá minha falta, o que espero de coração que não aconteça nada, mas se acontecer o negócio é contornar!

E agora, lá vou eu ver o que ela está fazendo!

Beijos pra quem ler

:)
 

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