11 de julho de 2011

Medo de mãe - a morte!


Eu nunca fui do tipo de pessoa que faz drama pra vida, aliás, detesto quem faz muito drama e não tenho paciência pra dramáticos.
Gosto de delicadeza, sutileza, das coisas boas da vida, mas se ela me dá um limão, faço uma limonada e bola pra frente, não sou de ficar me lamentando não, junto os cacos, sigo em frente porque a vida não para pra que eu reerga os caquinhos que sobram do meu coração a cada desilusão que vivo.
Vivi sempre assim e não me arrependo disso, fiz amigos que conservo bem até hoje, e afastei pessoas que não se mostraram tão especiais pra permanecerem ao meu lado.
Não sou medrosa, sou nojenta, morro de nojo de barata, rato, lagartixa, cobra (tá, cobra eu tenho medo, mas é medinho, sabe?) nem da morte eu tinha muito medo.

Tá, fui prolixa pra caramba pra chegar onde eu queria, cheguei no ponto, a morte.

A morte é um processo natural que todos infelizmente teremos que enfrentar algum dia, e eu não pensava muito nela não, passei a pensar nisso depois que a Yasmin surgiu na minha vida, pra ser mais precisa, duns dias pra cá.
Eu não sei como as outras pessoas lidam com esse assunto, mas eu confesso, tenho muito medo.
Antes da Yasmin o medo era do desconhecido, ninguém sabe como é, se dói, se realmente há um depois ou se as coisas acabam por aqui.
Mas depois da Yasmin meu medo mudou, hoje eu não tenho medo do desconhecido - terei que aceitar o que for, se acabar por aqui acabou, se tiver um depois eu vejo como farei – tenho medo de ir embora e deixar minha filha aqui.
A ordem natural das coisas é essa mesma, os pais irem antes dos filhos, mas sempre que penso nisso fica uma sensação de vazio, uma sensação de coisa inacabada.
Ficam diversas dúvidas, quem vai cuidar dela (sim, ela tem o pai dela, mas meus pais morrem se o Pablo for pra longe com ela), como ela lidará com isso, se quem for cuidar dela cuidará tão bem como eu cuido (o que duvido) e mais um milhão de coisas, mas sempre permanece uma dúvida maior, será que ela vai lembrar de mim ?

Será que as pessoas ao nosso redor irão manter boas memórias pra passar pra ela, será que eu cairei no esquecimento pra sempre?
Será que ela se recordará do meu rosto, da minha voz, do perfume que eu uso, e dessas coisas que marcam nossa memória pra sempre?
Eu não sei, o amanhã é terreno muito incerto, e eu tenho medo de ir embora e não deixar nada pra que ela se lembre de mim, já que ela é tão pequena, aliás, meu medo é partir enquanto ela é pequena, na época em que nossas memórias são tão fraquinhas e a criança nem entende o que está acontecendo.

E foi pensando nisso que resolvi fazer um diário pra ela.
Sempre que estou com o coração transbordante de palavras pra ela, vou lá e escrevo em um caderninho feito só pra escrever coisas doces e memórias felizes.
Customizei o caderninho, coloquei meu perfume entre as páginas, marquei a data do primeiro relato, e primeira página está assim, “para Yasmin”, e nas páginas seguintes eu desatei a escrever, vou falar muito de mim e de nós nesse caderninho, afinal de contas, eu não quero que ele seja peça chave pra ela saber o que sinto por ela, mas vai que ele seja necessário?

Contei a idéia pra minha irmã (que é óbvio me deu uma super bronca em pensar nessas coisas, e por pouco não tomei um copinho na orelha), e contei também que o caderninho fica guardado em tal lugar, que se alguma coisa vier a acontecer,pra ela guardar o caderninho e quando a Yasmin tiver idade, que ela entregue o caderninho, ou mesmo que ela pode ir lendo pra ela enquanto ela não souber ler.
Minha irmã topou, então eu sei que o caderninho vai chegar as mãos dela e ela sempre saberá o quanto eu a amo e amei desde sempre.

Quando eu digo que gosto de ter tudo sob controle é verdade, não é força de expressão não, olha o exemplo da Julia controladora aí.

Eu sei que é um assunto ruim de se comentar, mas meninas, vocês já pensaram nisso também ou eu sou doida em pensar nessas coisas?

Um super beijo e boa semaninha

Juu

7 comentários:

  1. oi Ju, tudo bem?
    acho que isso é mal de mãe, sabe que nossos filhos tem a mesma idade, e bem antes de tu escrever isso eu ja tinha os mesmos pensamentos, simplesmente TUDO o que tu escreveu; achei incrível, me vi escrevendo esse post.
    não comentei isso com ngm, mas ja passei a madrugada chorando por causa disso. um tanto é exagero, mas basta estar vivo neh, e o nosso sentimento quando somos mães aflora demasiadamente!
    bjos

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  2. Ju, a única certeza da vida é a morte. Não temos como fugir dela. E acho que tudo o que pudermos fazer pra fazer do nosso tempo aqui na Terra uma coisa proveitosa e boa, para nós e para aqueles que amamos, deve ser feito.

    Um beijo em vc e na Mi!

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  3. Oii Ju.
    Eu também já me peguei pensando nisso várias vezes, fiquei super preocupada porque meus pais moram longe, e não quero, caso aconteça algo, que Davi fique longe deles. Confio no meu marido, sei que ele cuidaria muito bem do nosso filho, mas não confio muito na família dele, sim sou louca, mas não confio muito na minha sogra quando se diz respeito a criação de uma criança, tenho meus motivos... Acho que a gente que é mãe sempre pensa em tudo, somos nós que passamos grande parte ou todo tempo com nossos filhos, e acabamos pensando em tudo... Só queremos o melhor pra eles, mesmo não estando mais nesse mundinho... Mas acredito que a gente vá viver muitos e muitos anos com nossos anjinhos, fazendo folia e brincando muito ainda com eles.
    Beijão pra ti e pra tua fofinha.

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  4. Oi Julia, eu estou grávida e já penso nisso!
    Pensando nisso, eu e o marido abrimos um gmail pra ela, e sempre q temos algo pra dizer, mandamos um email, mandamos fotos etc...Qdo ela tiver idade, ela vai ganhar o usuario e senha pra ler as mensagens qdo tiver vontade!!!

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  5. Ai Ju é assim mesmo, quando essas pessoinhas chegam em nossas vidas tudo muda, faz mais sentido e não nos imaginamos longe delas, ficamos com medo de que algo aconteça com a gente não pelo nossa própria proteção mais sim pelos nossos pimpolhos... minha mãe sempre me dizia isso e só me dei conta quando o Noah nasceu.. bjo

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  6. Querida.
    Vc tirou as palavras da minha boca. Tbm pensei em postar isso no meu blog. Eu penso sim na Morte. Penso muito mais agora depois que fui mae. Penso e rezo todos os dias para que Deus me de saude para acompanhar o desenvolvimento da minha pequena Sophia. Imagino que se isso acontecer, ela com certeza sera uma pessoa muito feliz, independente da minha presenca. Mas certeza que eu sentirei muita falta dela. Quem perde mais, somos nos maes.
    Mas se Deus quiser ainda teremos muitos anos nessa vida para inclusiver ser avos um dia.
    Um bjo p. vc
    Boa ideia do Diario. Vou comecar um tambem.
    Estou te seguindo.
    bjos
    Ligia
    www.nanamamaenana.blogspot.com

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  7. Oi Julia, é normal as mães pensarem nisso, somos responsáveis por uma outra vida e isso dá medo mesmo... mas, não dá para encucar, viva todos os momentos com sua pequena intensamente, isso é o que importa, né?!

    Bjs

    Sil

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