
Daí que eu acabei de crer que não existe super mãe, o que existe são mulheres feitas de carne e osso, tentando se aprimorar a cada dia pra dar pro filho o que há de melhor nelas.
Digo isso, pq quando engravidei li, aliás, devorei tudo que pude sobre o universo dos bebês.
Li tudo mesmo, fiz cursinho, assisti vídeo, busquei informações das mais diversas desde como acalmar um bebê até saber se está tudo bem com ele pela cor do cocô (
juro que até isso eu li).
A verdade é que não há livro, cursinho, vídeo, fórum, site, dica ... que nos prepare pra maternidade.
Tô dizendo tudo isso, pq quando engravidei achava um absurdo quando as pessoas diziam que cuidar de um bebe é difícil, pra mim isso era coisa de gente preguiçosa que queria moleza, afinal de contas, eu li tudo e ia tirar de letra, como identificar o choro disso e daquilo, ahhhh coitada de mim, mordi a língua
(eu sempre mordo a língua!), e hoje eu afirmo com todas as letras que é difícil sim, porém, totalmente gratificante!
E não é difícil na parte física não, afinal, se deitar e dormir oito horas seguidas (
o que é quase uma utopia hauahuahauh) eu tô nova, renovada, mas o psicológico da gente fica meio estraçalhado sabe?
Eu durmo com o pensamento nela, e aí mau durmo pq sempre tem a preocupação se está tudo bem, se ela realmente arrotou
(loucura minha), se está bem coberta, e confesso que a cada suspiro mais alto, lá tô eu do lado do berço igual um zumbi.
E tem a hora de pegar no sono, ontem ela não queria dormir de jeito nenhum, embalei, dei o mamá, coloquei musiquinha, verifique três vezes a fralda (
pq ela fica extremamente irritada se a fralda está suja), cantei, coloquei no carrinho pra embalar e choreiiiii, chorei mesmo, pq eu precisava dormir, pq o meu corpo estava cansado, pq eu não sabia mais o que fazer, pq o Pablo não chegava do trabalho pra ficar um pouco com ela, por uma infinidade de coisas.
Ali, sentada, chorando caí na real, a maternidade é hiper gratificante sim, é impossível não se render a um sorriso do seu filho, a mágica que há quando o abraçamos e sentimos aquele cheirinho delicioso de bebê, o coração da gente se enche de alegria por ter colocado no mundo um serzinho tão perfeito e que enche nosso coração de felicidade, porém, há o outro lado, e ontem eu beirei o desespero, não saber o que fazer dá uma sensação de impotência impar, e foi isso que me deu desespero, por não ter lido em nenhum manual o que fazer numa situação dessas, pq os livros falam do bebe, mas ninguém fala da mãe, em como ela vai se sentir impotente em não decifrar o que o filho quer, em como se comportar quando se está prestes a beirar a loucura.
Aí eu olho pros lados e vejo como sou ingrata, tenho a ajuda do Pablo (
que colocou ela pra dormir em meia hora, enquanto eu tentei por quase seis), tenho minha mãe, tenho minha irmã, tenho meu pai, enquanto tem gente que não tem ajuda vinda de lado nenhum.
Ou sou muito frouxa, ou não sou uma super mãe, e prefiro acreditar que não sou uma super mãe, a idéia de ser uma mãe perfeita e não errar nunca as vezes me assusta e acho que não é isso que busco, errar é bom sim, a gente aprende errando.
Pensei nas meninas que engravidam novinhas, com seus 14, 15 anos e não tem o pai do lado pra ajudar –
e ter o pai do lado é fundamental pra passar por isso sim, o filho foi feito pelos dois, portanto, o cuidado deve vir dos dois. Pensei nas mulheres que estão sozinhas em outra cidade, estado, país, galáxia, e não tem um familiar por perto pra auxiliar, minha nossa senhora do desespero, como deve ser ruim!
Eu pensei em tanta coisa, que no fim das contas respirei fundo, e me derreti em sorrisos quando ela deu um pseudo sorriso em meio a penumbra do quarto, e vi que cada um tem uma dificuldade, as vezes o que é difícil pra mim pode ser fácil pro outro, mas a conclusão é que é impossível ser uma super mãe
(pelo menos pra mim), eu vou errar tentando acertar, vou chorar de desespero algumas vezes, vou me derreter em sorrisos outras, mas no fim das contas tudo valerá a pena e o saldo será positivo sempre.
Fácil não seria, inocente eu que pensei que o povo queria moleza, mas quer saber, se eu quisesse moleza, que sentasse no pudim!
E me digam, se mesmo depois de um dia tenebroso de olheiras (
ontem) eu não ia me derreter vendo-a dormir tão fofamente ??? (
da onde eu tirei o fofamente hauhauhau?).

Com amour
Juu