9 de abril de 2011

Pais superprotetores!

Daí que hoje sentindo todo o amor que sinto pela Yasmin noto que certas verdades são inescapáveis e uma delas é que eu tenho em mim mais da minha mãe do que jamais poderia imaginar que teria.
Eu não queria tocar nesse assunto, mas pra quem tem filho é impossível não pensar na dor dos pais que perderam suas crianças no massacre do Realengo no RJ, digo isso porque estou em choque até agora.
Meus pais sempre foram do tipo presentes em todos os momentos, jamais foram ausentes em momento nenhum.
Meus pais me levavam e buscavam em shows, na escola – independente do ano que eu estivesse, e até na faculdade - iam em todas as reuniões de pais e mestres, levavam e buscavam em shopping, na casa de amigas, sempre deram hora pra voltar, sempre quiseram saber onde estava, com quem estava, se a amiguinha era boa companhia ou não, se acontecia de atrasar ligavam e ainda ligam no celular, me levam no médico, dão bronca se acham necessário, e por aí vai...
Uma coisa que me marcou muito é que eu sempre ia nas excursões do colégio, contanto que fosse na cidade.
Sair da cidade em excursão com os colegas (isso antes da 8ª série) era algo que eu sonhava e que ficou só nos sonhos, porque meus pais não deixavam, e não era por falta de dinheiro não, era excesso de zelo, a regra era clara, passeio pra fora da cidade só se um dos meus pais estivessem presentes.
Quantas vezes eu chorei de raiva por não ter “pais legais” que não pegassem no meu pé!
Hoje eu agradeço por ter sido assim.
Estou dizendo isso porque hoje entendo a superproteção que eu e Laís recebemos, e sinceramente, com a Yasmin será a mesma coisa!

Você tem seu bebê, o ama desde antes de conhecê-lo, o cria e educa com o melhor que está ao seu alcance, ele cresce, o amor cresce (porque amor de pai e mãe não diminui nunca!) numa manhã de quinta feira você acorda seu filho, que resmungando de sono se levanta, lava o rosto, toma banho, toma o café da manhã, pode te dar um abraço antes de ir ou não, e aquela pode ser a última vez que você vê seu filho com vida, porque um louco misógino entra alvejando gratuitamente e a “esmo” crianças que tinham tantos sonhos, tanta vida pela frente e que em uma manhã de quinta feira tiveram suas vida ceifada.

Yasmin tem hoje exatamente 46 dias de vida, e eu não posso, não consigo, me dói a possibilidade de imaginar uma vida onde ela não esteja ao meu lado, onde ela não seja presente.
Eu não quero imaginar, eu não posso imaginar minha vida sem ela, e por esses motivos eu não tenho e espero nunca ter noção do que esses pais estão passando.

Mas se tem uma coisa que eu entendo é de superproteção, hoje eu sei porque muitos pais agem de modo superprotetor colocando seus filhos em redomas de vidro blindado e com alarmes por perto, pelo menos assim sabemos que ele está seguro, ou sabemos que estamos fazendo o melhor por sua segurança.
E sinceramente, não me espantarei se em um futuro bem próximo eu me tornar neurótica assim, porque vamos combinar, é totalmente indigesta a idéia de que você mandou seu filho pra escola e que lá, onde ele deveria estar protegido a vida lhe foi tirada de maneira tão violenta e cruel, isso é eternamente indigesto e dolorido!

Hoje eu sei que ser mãe é dureza, é padecer no paraíso, é ter o coração batendo fora do peito e quase morrer de taquicardia a todo instante.
Hoje eu sei de muita coisa, mas espero ficar eternamente na ignorância quanto a dor que esses pais sentem nesse momento.

Portanto, se um dia eu me tornar doida e superprotetora (mais ainda!) é com razão.

Beijos

Juu

6 comentários:

  1. Fui criada da mesma maneira que vc! Qdo eu namorava o meu marido, se eu demorasse muito pra chegar em casa, minha mãe ligava no meu celular pra saber se eu tinha esquecido o caminho de casa! haha E eu já era maior de 21! haha
    Eu pretendo criar Olívia com um pouquinho mais de liberdade que eu tive, mas serei superprotetora sim.
    Minha vida mudou tanto depois que tive ela, que me apavora a violência em que vivemos aqui no Brasil. Já até cogitamos a possibilidade de mudar de país pra dar uma vida mais segura pra Olívia. Neurótica? Magina!haha

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  2. Sabe, Juu, o q mais assusta é saber q não importa o quão superprotetores formos (e eu serei MESMO), nunca, nunca poderemos garantir a segurança total de quem amamos. Por mais q os pais possa dizer (coisa extrema, claro) "vai de casa pra escola e da escola pra casa", temos o exemplo medonho e recente de q o perigo pode estar em TODOS os lugares. Eu vou ser meio neurótica sim, apesar de q aqui as coisas são incomparavelmente mais calmas, em termos de violência. Por outro lado, vez ou outra aparecem os fanáticos doentes e colocam bombas em ruas, sacolas em ònibus, ponto de ônibus. O negócio é se precaver sempre, em todos os países, em todos os lugares, não dar moleza,... mas rezar mais ainda!! Beijos e bom findi!!

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  3. Fui criada exatamente como vc amiga... E até hoje meus pais me ligam quase todos os dias... estamos sempre juntos e o zelo continua o mesmo... Tenho certeza que por essa razão meu Léo e e claro meu Lipe quando nascer terão essa mesma proteção que tive...

    Qto ao o que aconteceu no Rio... eu tb não quis nem comentar, pq pra tanta brutalidade não tive palavras... Fiquei absurdamente chocada... que mundo estamos vivendo??? Mas uma coisa acredito... boa parte do que levou esse louco a cometer isso foi a falta de carinho, amor e proteção de uma família...

    Beijinhos amiga

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  4. oi Ju

    Eu fui criada exatamente como vc... Pra vc ter idéia, eu já tinha 23 anos e minha mae ainda era daquelas que não me deixava dormir fora de casa! hauhauha... Eu acho que um pouco mais de liberdade é bacana, até porque não estamos 100% seguros nem dentro de casa. Mas se precaver é sempre bom... E já diria o ditado, o melhor caminho é sempre o do meio! :)

    E sobre seu sonho, HAUHAUHAUHA, eu ri MOITO! Bem que vc podia vir pra ca com a Marie, a Mi e o Pablo pra passearmos no parque, hehehe!

    Beijo linda!

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  5. AI JU O TRISTE NISSO É Q POR MAIS Q TENTAMOS PROTEGER AO MAXIMO NOSSOS FILHOS, ELES SÃO DO MUNDO E O MUNDO É ESSE MESMO, CHEIO DE VIOLENCIA, BACTERIAS E VIRUS. EU QUERIA TER UMA BOLHA E CRIAR ANNA LAURA DENTRO DELA, MAS NAO DA NE. ELA JAMAIS ME PERDOARIA. MAS EU TE ENTENDO! E COMO!

    BEIJOS ENORMES EM VCS!

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  6. eu faço boa parte das coisas que você faz e não me acho superprotetora não, acho que é normal. Anormais são os pais que tão mais pra chocadeiras que pra qualquer outra coisa, põem os filhos no mundo e não zelam por eles.

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