10 de maio de 2013

Ciúmes entre irmãos

Toda mãe carrega dentro de si um pouco de culpa, e ao pegar meu positivo senti culpa pela Yasmin, veja bem, eu fiquei feliz por estar grávida, mas me senti culpada em relação à Yasmin, não sei definir direito, mas senti como se a estivesse traindo (?), deixe-me explicar melhor antes que a coisa se complique pro meu lado.

Yasmin é neta única e sobrinha única dos dois lados, tu-do, absolutamente tudo gira em torno dela, ela é a única criança da família, ela tem toda atenção do mundo pra ela, ela tem colo a hora que quer, enfim, ela tem o que quer a hora que quer, e essa mamata vai acabar quando a bebê chegar, o amor que sentimos por ela nunca irá diminuir, mas a atenção sabemos que se reduz sim, inconscientemente, mas reduz, pq um recem nascido precisa de mais atenção que uma criança de dois anos, isso é fato. 

E pensando assim eu me senti culpada, como se estivesse traindo toda confiança que ela tem em mim, um sentimento confuso e estranho de início, pq embora já amasse a bebê, me sentia triste pela Yasmin, até que como num estalo eu mudei minha linha de raciocínio. 

Eu estava triste por ela ou por mim? Preocupada com ela ou comigo? Afinal, ela só iria ganhar, sempre acreditei que irmãos são o maior ganho que temos na vida, se ela iria ganhar, pq eu estava assim?
Ela ganhará uma irmã para brincar, para lhe fazer companhia em tudo, para ser amiga, pra dividirem segredinhos, pra fazer arte juntas, pra tocar o terror em casa, pra aprender a dividir as coisas, então pq eu estava assim?

Logo concluí que meu medo não é a Yasmin receber menos atenção, é eu não dar conta de dar atenção pra duas, e hoje sei que tudo a seu tempo, tudo vai se ajeitando e entrando nos eixos na hora certa, basta ter paciência e jogo de cintura. 

Venho de uma família onde meus pais nunca fizeram diferenças entre eu e a Laís, mas vi meu pai e meu tio sofrerem diferenças gritantes até hoje por parte da mãe deles, e sempre tive na minha cabeça que não queria ser esse tipo de mãe, que tira de um pra dar pro outro, uma mãe que não é justa, eu quero amar minhas filhas sem medida, mas sendo justa sempre.

Me lembrei que a diferença de idade entre eu e a Laís é de 2 anos e 9 meses, e da Yasmin pra bebê será de 2 anos e 3 meses, no caso eu era 6 meses mais velha que a Mimi, e sei que 6 meses fazem diferença, mas sempre quis saber como minha mãe trabalhou isso comigo pra eu fazer igual com a Yasmin, pq sempre fui bem resolvida quanto a minha irmã.

Lógico que um ciuminho aqui e outro ali sempre rolou, mas nada que não pudesse ser contornado, então, acreditando que minha mãe fez um bom trabalho, eu queria seguir as dicas dela.

A primeira coisa era fazer a Yasmin saber que sim, mudanças estão por vir, mas que ela faz parte de tudo isso, nunca sendo deixada de lado.

Por esse motivo eu sempre disse que um bebê está chegando, que trarei esse bebê pra casa e ele será o nosso bebê.
Sempre fiz ela acompanhar o crescimento da minha barriga, só que, na cabecinha dela acho que a ideia de um bebe morando dentro da minha barriga é muito abstrata, afinal, ela tem apenas 2 anos, então não dá pra cobrar coerência nos pensamentos dela.

Se eu disser que a introdução de toda essa mudança pra ela foi um mar de rosas, estarei mentindo deslavadamente, não, ela não aceita bem até hoje a ideia de um bebê, tanto é que quando pergunto pra ela se ela quer uma irmãzinha ou um bebê a resposta é objetiva "nanão!" simples assim.

Ela adora bebês, fica doida quando vê um, mas não quer um pra ela - ainda.

Confesso que morria de inveja quando as gravidinhas com filhotes da mesma idade da Yasmin diziam que os filhos beijavam e faziam carinho na barriga, Yasmin sempre me beijou, sempre beijou o pai, mas nunca quis se aproximar da barriga que cresce, a bebê ganhou um beijo direcionado à ela, na minha barriga, há mais ou menos duas semanas, não mais que isso.

O interessante de tudo isso é que a Yasmin é uma criança muito independente, quer fazer tudo sozinha, é destemida, mas de quando descobri a gravidez pra cá, ela se tornou bem mais agarradinha comigo, não pode me perder de vista, faz mais birras, me desafia e por aí vai. Não sei se foi coincidência com o Terrible Two, mas a coisa por aqui ficou feia, de ter dias que eu sentei na cozinha e chorei sozinha minhas pitangas por não saber como lidar e o que fazer com a Yasmin, já que castigo, bronca, tapinha (sim, eu já perdi o controle e dei uns tapas nela) não surtiam resultado nenhum.

Fiquei desesperada, parecia que quanto maior a barriga ficava, mais a birra dela crescia, mas eu sempre enfatizava que há um bebê por vir, o nosso bebê, e que ela tem que se comportar direitinho pra me ajudar com o bebê.

Aí comprei as coisas do enxoval, comprei carrinho, ganhei presentes, mas nunca deixando ela de lado, se saio pra comprar uma meia pra bebê, trago um par pra ela também, pra que ela não se sinta deixada de lado.

Magicamente ao ver as roupinhas do bebê ela se transformou. Olha maravilhada praquelas peças tão pequenininhas e diz "ooooown, é do bebê!" e eu confirmo que é do nosso bebê e que ela poderá me ajudar com ele, a colocar roupinhas e escolher roupinhas e ela segue feliz.

E quando eu digo magicamente, é magicamente mesmo, ela sabe o que é do bebê e o que é dela, e não deixa ninguém mexer nas coisas do bebê, protege as roupinhas, viu o carrinho novo e mesmo sem termos dito que aquele carrinho não é dela ela assimilou que é do bebê e que ninguém deve mexer ali, acho muito bonitinho isso.

Segundo minha mãe, quando a bebê nascer vai rolar um ciumes, ela vai regredir um pouco em algumas coisas, é capaz que queira chupar chupeta, é capaz que queira mamar em uma mamadeira igual a do bebê, que queira voltar a dormir no berço, que queira ficar no colo ou no carrinho do bebê, que volte a fazer birras homéricas como as que me fizeram chorar há pouco tempo ... mas o segredo é fazer com que ela se sinta parte de tudo e nunca se sentindo excluída.

Seguindo essa linha de raciocinio da minha mãe, fiz ela me ajudar a lavar as roupinhas, colocamos juntas as roupinhas na máquina (pq nunca na vida que eu vou lavar pecinha por pecinha na mão) ela colocou o sabão e o amaciante, ligou a máquina, depois me ajudou a estender peça por peça me dando a roupinha e o pregador, recolhemos as roupas juntas e por fim ela me deu uma por uma pra passar.

Nesse tempo em que fazíamos as coisas, fui explicando pra ela que o bebê nasceria pequenininho e por isso precisaria daquelas roupinhas limpinhas, que a toalha dele precisa ser fofinha pq a pele é delicada como a dela, e por aí a fora.

Lógico que ela não entendeu lhufas do que eu disse - ou entendeu e eu a subestimo - mas o fato é que a partir do momento que eu a fiz participar ativamente de tudo relacionado ao bebê e isso inclui as consultas, exames, compras pro enxoval, e tudo mais, o comportamento dela melhorou demais em relação á tudo que se refere ao bebê.

Eu sei que depois que a bebê nascer aí sim as coisas vão ficar complicadinhas de verdade, mas segundo minha mãe (e eu tô botando a maior fé em tudo que ela fala, haha) é fazer ela continuar se sentindo parte ativa.

É chama-la pra me ajudar a dar banho na bebê.
Lógico que ela não vai segurar a bebê na água, mas pode me ajudar pegando o sabonete, segurando a toalha ...

Chama-la pra me ajudar a trocar a fralda, pegar a fralda e ficar ao meu lado conversando com a bebê enquanto a troco, pegar uma pomada, e por aí vai, o negócio é usar a imaginação e  fazer com que ela se sinta parte de tudo, e útil, jamais deixada de escanteio, que ela é importante na vida da irmã e que a ajuda dela faz a diferença pra nós, porém, que ela não é obrigada a nos ajudar, dar liberdade pra me ajudar mas não obriga-la caso ela não queira.

E a propósito, quando a bebê nascer, já tenho uma listinha de coisas pra colocar em prática.

  • Pedir as visitas que ao chegarem pra ver a bebê falem e interajam com ela primeiro, afinal, a bebê não entende nada de nada.
  • Deixar ela usar as coisas da bebê, se ela quer ficar no berço pode ficar, se ela quer colo eu dou (depois de tirar os pontos), se ela quer dar banho de balde nos bichinhos dela ela também poderá e por aí vai. 
  • Ela também poderá "pilotar" o carrinho da bebê de vez em quando. 
  • Pode deitar ao lado da bebê na minha cama. 
  • Pode segurar a bebê no colo quando eu estiver com elas! (pânico instaurado essa hora!
  • Em hipótese nenhuma comparar ela com a bebê de modo pejorativo, do tipo "tá vendo como sua irmã é boazinha e você não é...". Comparações do tipo "você também já foi pequetita assim!", "já usou roupinhas assim...!", são bem vindas e construtivas, mas compara-las pra dizer que uma é melhor que a outra eu não aceito, não aceito que eu faça e não aceito que ninguém faça, pode ser o Pablo, meus pais, minha irmã, meus sogros, o Papa, vou mandar catar coquinho na beira do barranco depois da chuva. 
Mas o mais importante disso tudo é aproveitar ao máximo o restante de tempo que temos juntas, só nós duas, fazendo passeios nossos, vendo desenho juntas deitadas no chão, enfim, valorizando nosso tempo, que é algo que sim, eu pretendo continuar fazendo depois que a bebê nascer, dedicar um tempo só pra nós duas, nem que seja ficar fazendo exclusivamente carinho nela antes de dormir, ler uma história, mas dedicar um tempo só pra nós duas, acho isso super importante, sei que pode ser difícil no começo com a loucura que tudo se transforma, mas nada que boa vontade não faça acontecer. 

Enfim né, eu não sei como será, não sei como foi ou está sendo a experiência de outras mães com o segundo filho, mas é assim que estou lidando, e tem dado certo, lógico que muitas vezes o que dá certo aqui não dá na casa dos outros, mas incluí-la em todas as atividades tem dado certo e é isso que eu recomendo. 

Agora, é cruzar os dedos e torcer de pés juntos pra que tudo continue caminhando bem pra depois do nascimento, mas aí já será assunto pra outro post, que espero fazer em breve!!



Um comentário:

  1. Ai Ju eu chorei...
    Primeiro por causa dos hormonios..rs...mas tb pq sei q nao sera uma tarefa facil JAMAIS!
    Meu coração fica apertado, feliz, medroso...e eu fico perdida...mas o barato é seguir essas regrinhas basicas mesmo!
    No final de Junho tenho psicólogo. Acho q uma ajuda mais profissional vai me ajudar nesse momento...embora eu tenha a minha mãe q alem de pedagoga e pronta pra me ajudar, é tb mãe de 3!
    Enfim...vamo q vamo!

    Beijooooos

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